A AMR Corp., controladora da American Airlines, pretende sondar potenciais candidatos para uma fusão ou outros acordos de investimento nas próximas semanas, disseram pessoas a par do assunto, preparando o cenário para uma competição sobre a o rumo que a companhia aérea tomará para sair da concordata.
A AMR planeja enviar acordos de confidencialidade a outras companhias aéreas ainda este mês, disseram essas pessoas. Essa medida marcaria o início de um processo formal em que as partes interessadas trocarão informações não-públicas para considerar possíveis ofertas. A companhia aérea também pode convidar firmas de investimento em participações e outros investidores para estudar a contabilidade da empresa, disseram as pessoas.
Qualquer proposta de fusão seria pesada contra um plano de reestruturação independente que está sendo desenvolvido pela AMR em conjunto com seus credores, sindicatos e outras partes interessadas que debatem sobre quais opções dariam os melhores retornos, disseram as pessoas. Elas acrescentaram que a companhia aérea texana planeja primeiro compartilhar os acordos de confidencialidade com a comissão de credores não-garantidos em algum momento das próximas duas semanas, antes de enviá-los a potenciais investidores.
No início deste mês, a comissão de credores apoiou o pedido da AMR ao tribunal de concordatas para estender até 28 de dezembro o período de exclusividade que a empresa tem para ditar a rota de saída do processo de recuperação judicial. Até lá, a AMR tem o controle, em consulta com seus credores, sobre quais planos pode considerar.
A também americana US Airways Group Inc. cortejou de forma agressiva sua rival nos últimos meses, chegando a negociar com os sindicatos dos pilotos, comissários de bordo e mecânicos da American sobre como seriam tratados no caso de uma fusão. Uma combinação das duas companhias aéreas criaria a maior empresa do setor nos Estados Unidos em termos de tráfego, superando a atual líder United Continental Holdings Inc., que já é resultado de uma fusão feita em 2010.
Mas a AMR rejeitou a investida da US Airways e, até recentemente, insistia que iria explorar cenários de fusão só depois de sair do processo de concordata como uma empresa aérea independente. Em maio, a AMR abrandou essa posição, negociando um "protocolo" com seus credores não-garantidos, no qual se comprometia a explorar "potenciais cenários de consolidação", juntamente com um plano de reorganização independente.
Ajudada por uma melhora nos resultados financeiros e alguns progressos na negociação de novos contratos com seus sindicatos, a AMR sente que tem uma visão mais clara de seu faturamento e custos, de forma que está melhor posicionada para avaliar e negociar possíveis fusões, disseram as pessoas. A AMR entrou com pedido de recuperação judical em novembro, citando altos custos trabalhistas que a impediam de competir com rivais que haviam se reestruturado em processos de concordata e realizado fusões mais tarde.
O diretor-presidente da AMR, Tom Horton, e outros executivos, planejavam anunciar os planos da companhia para intensificar a busca por uma fusão ao comitê de credores durante um encontro mensal ontem à tarde. Na reunião, se esperava que eles revisassem cinco possíveis candidatos que a empresa planeja contatar, além de avaliar os méritos ou desvantagens de uma fusão com cada um deles, disseram as pessoas.
Além da US Airways, a AMR pode sondar outras concorrentes, incluindo a companhia aérea de descontos JetBlue Airways Corp., segundo as pessoas a par do assunto, embora a JetBlue não tenha manifestado publicamente interesse em explorar um negócio.
A Delta Air Lines Inc., segunda maior companhia aérea dos EUA em termos de tráfego, vem monitorando já há algum tempo a concordata da American e considerava um acordo, embora qualquer fusão poderia enfrentar obstáculos regulatórios significativos devido ao tamanho e rotas semelhantes das duas companhias.
Uma fusão durante o processo de concordata poderia complicar a situação da AMR, deixando-a presa ao tribunal durante prolongadas negociações e revisões antitruste pelos reguladores federais. Essas considerações, juntamente com o valor que qualquer negócio possa gerar em comparação com um plano de reestruturação independente, provavelmente estarão entre as principais preocupações dos credores.
A AMR está agora aberta a uma fusão dentro ou fora do tribunal de concordatas, se concluir que é um negócio melhor para a empresa e para os credores, disseram as pessoas familiarizadas com a situação. Ela se apressa para finalizar o plano de reestruturação independente, que tem a meta de reduzir os custos trabalhistas anuais em mais de US$ 1 bilhão, principalmente através de cortes nos benefícios e do congelamento dos planos de aposentadoria de empregados.
As informações são"online.wsj".Sempre é citado o link de referência. O conteúdo é de Responsabilidade:Karina Souza Santos