Depois de ver sua carteira de encomendas encolher em quase US$ 6 bilhões em 2009, por causa de cancelamentos de pedidos de aeronaves já contratados e da paralisação das vendas, a Embraer começa a virar o jogo. Os cancelamentos de clientes cessaram e novos contratos de venda voltaram a ser fechados - o último, de US$ 338 milhões, firmado semana passada com a alemã Lufthansa, envolve oito jatos Embraer 195.
Ao todo, já são 80 novos pedidos em carteira. Com isso, a empresa, que é a terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo, deverá fechar o ano com receitas líquidas de US$ 5,25 bilhões (cerca de R$ 9 bilhões), como havia projetado.
- O ano de 2010 começou com o horizonte ainda indefinido sobre como seria a recuperação do mercado externo, que representa 90% de nossas receitas, mas acabou sendo um ano bom, e vamos cumprir as indicações (de resultados) que demos ao mercado - disse ontem o diretor-presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado.
A perspectiva para 2011, segundo ele, ainda é de uma recuperação lenta das grandes economias (Europa e Estados Unidos), mas a empresa já chegou a "um ponto de estabilização", iniciando uma retomada. Curado lembrou ainda que, apesar das adversidades, a empresa conseguiu manter os investimentos este ano.
Em 2011, a Embraer também passará a produzir jatos executivos Phenom 100 nos Estados Unidos. A empresa inaugura em abril uma fábrica em Melbourne, na Flórida, que deve entregar o primeiro jato no fim do ano. A unidade consumiu US$ 55 milhões em investimentos e fará a montagem das aeronaves - mas fuselagem e asas continuarão sendo produzidas em Botucatu e Gavião Peixoto, cidades do interior paulista em que a empresa mantém linhas de produção, além da unidade principal, em São José dos Campos.
- Ao lado da fábrica, haverá o nosso costumer center mundial, para atender os clientes de nossos modelos de aviação executiva - disse Curado.
Em 2011, a Embraer também passará a ter seus negócios da área de defesa e segurança geridos separadamente por uma empresa, cuja criação foi anunciada na sexta-feira. Essa nova subsidiária concentrará não apenas a produção de aeronaves e sistemas militares (patrulha e vigilância), mas atuará também em outros tipos de projetos de segurança, militar e civil.
Destino da empresa na China está indefinido
O projeto do cargueiro KC-390, que substituirá os Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira, e já despertou o interesse de outros países, é outro projeto da nova empresa. A expectativa é de que a nova subsidiária gere receitas de R$ 1,5 bilhão já no próximo ano.
Via:O Globo