Diferentemente do que o Jornal Nacional informou na terça-feira, Leônidas Cristino, do PSB do Ceará, assumirá a Secretaria Especial de Portos e não o Ministério de Portos e Aeroportos. A gestão dos aeroportos continuará com o Ministério da Defesa.
Às vésperas do feriado de Natal, os aeroviários e aeronautas ainda não chegaram a um acordo salarial com as empresas aéreas.
Antes mesmo do embarque os passageiros já estão cansados de tanto esperar: “Muita paciência, se não tiver não aguenta ficar aqui não”, diz a aposentada Eliane Dutra.
Segundo integrantes do governo de transição, com o risco de caos aéreo, a presidente eleita Dilma Rousseff desistiu de dar à Secretaria de Portos o controle dos aeroportos. Os aeroportos continuam sob o comando do Ministério da Defesa, para não arriscar uma mudança logo agora no fim de ano, quando o movimento aumenta muito.
De acordo com a Aeronáutica, o número de controladores de voo é de 12% a 15% maior do que no mesmo período do ano passado. A Infraero também reforçou a equipe: treinou novos funcionários e remanejou os recém-chegados para trabalhar nos saguões dos aeroportos, ajudar os passageiros, tirar dúvidas e dar informações.
“A Infraero contratou 922 novos empregados que trabalharão em regime de escala para garantir a operação dos aeroportos no Natal e no Ano Novo”, explica o superintendente regional da Infraero, Aroldo Novak.
Trabalho, pelo jeito, não vai faltar. Passageiros reclamam da infraestrutura dos aeroportos: “Eu acho um absurdo. Um país como o nosso que quer sitiar a Copa do Mundo numa situação dessa aqui”, diz a psicóloga Eline Veiga.
As principais reclamações: filas e atrasos dos voos. “Todo ano é a mesma coisa. Você paga pelo serviço. A gente não tem culpa”, diz a técnico judiciário Ana Paula Catibe.
Alguns passageiros conseguem relaxar, outros se irritam com a confusão. Os aeroviários ameaçam começar uma greve na quinta-feira, pedindo reajuste de salário. Na terça-feira, houve reunião entre patrões e empregados, mas nada de acordo.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) não acredita que vai haver uma grande paralisação. Mas já orientou os passageiros a só sair de casa depois de ligar para a companhia aérea e checar se está tudo certo com o vôo: “O passageiro deve se informar, deve procurar se informar antes de sair de casa, se tem algum movimento de greve significativo e se realmente os voos estão sendo impedidos de decolar. O reforço houve nas fiscalizações da Anac, no pessoal da Infraero e em todo o contingente de polícia estadual foi acionado para garantir que quem queira trabalhar possa trabalhar”, diz a presidente da Anac, Solange Vieira.
O presidente Lula defendeu o direito de greve, mas disse que as negociações deveriam ter sido feitas antes, não agora, quando muitos brasileiros vão viajar de avião pela primeira vez. Ele afirmou que empresas e funcionários têm que ceder, para não abusar da paciência dos passageiros: “O que não pode é, nem os empresários nem os trabalhadores, terem qualquer atitude de irresponsabilidade e permitir que o povo brasileiro, na véspera do Natal, sofra os atos inconsequentes de uma não negociação”, disse o presidente.
Nesta quarta-feira, os aeroportos registraram média de mais de 30% de atraso nos voos, tanto domésticos (33,6%) como internacionais (34,9%). No Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, o índice foi de 50,8%.
Via:pe360graus.com