O lançamento de um foguete russo Soyuz nada tem de extraordinário. Há décadas os Soyuz vão ao espaço, verdadeiros fuscas espaciais, feios mas confiáveis. O lançamento desta segunda-feira, porém, será diferente. Não pelo foguete ou pela nave homônima que levara à órbita da Terra. Mas porque esta é a primeira missão de transporte de astronautas para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) sem os ônibus espaciais da Nasa.
Como os ônibus espaciais aposentados desde julho à espera de um lugar em museus, os americanos agora dependem das naves russas para chegar à ISS. O Soyuz levará à ISS dois russos e um americano. Eles partem na madrugada desta segunda-feira, da Base de Baikonur, no Cazaquistão.
A missão é estratégica para russos e americanos. Há neste momento três astronautas na ISS. Eles voltam à Terra este mês. Se os três astronautas que partem nesta segunda-feira não chegarem antes da volta deles, a ISS ficará vazia pela primeira vez em mais de uma década. Viajam na Soyuz esta segunda-feira Daniel C. Burbank, Anton N. Shkaplerov e Anatoly A. Ivanishin. A decolagem está prevista para às 8h da manhã. A missão inicialmente estava prevista para setembro, mas foi adiada devido a defeitos numa nave cargueira russa não tripulada em 6 de agosto.
A Nasa disse ontem confiar que o problema com as naves russas foi resolvido.
_ Tudo o que era preciso ser feito foi realizado. Estamos confiante de que a missão correrá bem _ disse William H. Gerstenmair, vice-diretor do Programa de Exploração Humana do Espaço da Nasa.
Este não tem sido um bom ano nem para russos nem para americanos. O problema de agosto é parte de uma série de falhas em naves russas. Também em agosto um outro foguete russo colocou um satélite de comunicações na órbita errada. E na semana passada uma nave não tripulada que deveria ir para Marte foi perdida na órbita baixa da Terra, depois que seus motores não funcionaram.
A nave Phobos-Grunt ainda tem uma pequena chance de fazer sua viagem marciana. A agência espacial russa Roscosmos tenta desesperadamente restabelecer o contato com a nave e colocá-la no rumo certo. A chance de sucesso, porém, é pequena.
As três missões fracassadas têm em comum falhas nos foguetes lançadores. Esses foguetes sempre foram a base e o orgulho do programa espacial da Rússia. Para especialistas em espaço, isso expõe problemas mais sérios que os russos se recusam a discutir.
_ Parece haver uma espécie de falha sistêmica que não está sendo mencionada _ disse Scott Pace, um ex-engenheiro da Nasa que agora dirige o Instituto de Política Espacia da Universidade de Washington.
Quando os três astronautas que partem segunda-feira chegarem à ISS na quarta-feira, a estação terá temporariamente de volta uma tripulação normal de seis pessoas.
Os três atuais tripulantes voltam para casa este mês, mas em dezembro outra missão Soyuz deverá decolar levado outros astronautas.
_ Com o voo de dezembro, tudo deverá voltar ao normal. Teremos mais uma vez a ISS funcionando com a tripulação completa _ disse Gerstenmaier.
As informações são"O Globo".Sempre é citado o link de referência. O conteúdo é de Responsabilidade:Denilson Pereira da Silva
