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Controladores nacionais de tráfego aéreo ainda insuficientes


O número de controladores de tráfego aéreo que actualmente opera no país ainda é insuficiente para cobrir todo o território nacional, considerou hoje (terça-feira), em Luanda, a responsável da tesouraria da Associação Angolana de Controladores de Tráfego Aéreo (ACCTA), Luzia Paulo Francisco Mazingo.

Trabalhadora da área de controlo de tráfego aéreo desde 1976 e da Enana, fez a preparação no centro de formação da própria empresa, na altura a única mulher num grupo de oito principiantes instruídos na categoria “AB-Início”, curso ministrado por técnicos da Associação Internacional de Aviação Civil (ICAO) e PNUD que se deslocaram a Angola pela primeira vez após a independência para o efeito.

Segundo Luzia Mazingo, em declarações à Angop por ocasião do Dia Internacional de Mulher, que hoje (terça-feira) se comemora, pelo facto de o trabalho ser efectuado em quatro turnos, sendo o da noite o mais longo, exige mais que se tenha controladores em maior número e, cada vez mais qualificados, por ser um trabalho que lida com vidas.

Na sua profissão, disse “uma pessoa que a noite trabalha mais de quatro horas é muito, mas acontece por carência de quadros para ocupar os piquetes com menos carga horária de acordo com as recomendações da Associação Internacional de Aviação Civil (ICAO) que apela para apenas duas hora e pouco mais na posição as noites”.

Ainda assim, apesar da realidade, disse que o trabalho tem sido desenvolvido com bastante profissionalismo, tendo acrescentado que para melhorar a situação a Enana tem vindo a exortar as pessoas com o terceiro ano da faculdade a ingressarem na área com o objectivo de melhorar, cada vez mais, a qualidade do serviço prestado.

A entrevistada recordou que para que o trabalho tenha a êxito que tem obtido durante estes anos as pessoas têm pautado a sua conduta profissional seguindo as recomendações da ICAO, sobretudo “as dos Anexos 2 e 4444 considerados as bíblias do controlador de tráfego aéreo”.

Disse ainda que outro aspecto tem a ver com o próprio sacrifício efectuado pelos trabalhadores que ao entrarem na sala de operações procuram logo esquecer os problemas caseiros e outros, tendo em conta as vidas que ficam sobre o controlo dos referidos profissionais.

A responsável da tesouraria da ACCTA deu ainda a conhecer que a formação de um controlador de tráfego aéreo completo pode fazer 15 anos, sendo o percurso longo passando inicialmente pelo curso “AB-Iniciação, Controlador de Aerodromo, de Aproximação e Controlo de Área e Rota”, sendo esta a última etapa da formação, assim como inglês de nível quatro, um padrão internacionalmente recomendada pela ICAO.

Entretanto, de acordo com a entrevistada, antes a referida formação era feita tudo duma vez mas, actualmente, estas fases de formação são realizadas em períodos mais distanciados depois de o controlador demonstrar profissionalismo e técnica para ser novamente proposto a realizar a outras etapa da formação para atingir outro nível.

Actualmente a ocupar o cargo de controladora regional de área e rota, sempre trabalhou na área de operação com muito orgulho e sacrifício, segundo ela, “apesar de trabalhar no meio de homens, ser mãe de família e ter que estar muitas horas da noite em prontidão, visto que a nossa profissão lida-se com vida. Gosto mesmo de controlar aviões”, sublinhou.

Segundo Luzia Mazingo, na época em que começou a trabalhar, o número de controladores era reduzido e foi aumentando sendo a quantidade actual de cerca de 100 controladores de tráfego aéreo, entre aos quais cerca de 30 mulheres associadas na ACCTA, sendo a entrevistada a mais velha do colectivo que conta actualmente com 57 anos de idade.

A propósito, afirma que com mais de trinta anos de profissão, já a caminho dá reforma, está firme para trabalhar e transmitir as experiências as controladoras mais novas da classe feminina, cujas idade rondam entre os 22 e 25 anos, muitas delas a frequentarem já o ensino universitário.

A respeito, deu a conhecer que maior parte das associadas trabalham em Luanda, havendo nas províncias algumas colegas, antigas técnicas de telecomunicações (telex) que foram reconvertidas e neste momento estão a fazer o trabalho de controladora de tráfego aéreo, tendo acrescentado que “controladores de facto só existem em Luanda, área em que o espaço aéreo é de facto controlado por profissionais mas, mesmo assim, ainda somos poucos, porque as vezes ainda trabalhamos muito apertados”, realçou.

A finalizar, Luzia Mazingo reiterou a necessidade de se continuar a investir na formação para que os novos quadros ocupem os lugares dos antigos trabalhadores porque, “mesmo assim, precisa-se mesmo de pessoas mais profissionais e qualificadas.


Via: AngolaPress
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