A falta de infraestrutura apropriada no aeroporto de Marília foi apontada como responsável pelos atrasos e cancelamentos frequentes de voos desde o dia 19 de outubro na cidade.
“Comercialmente Marília é interessante para a Pantanal”, garantiu o diretor-executivo da TAM (atual controladora da Pantanal) Euzébio Angelotti Neto, durante audiência no Ministério Público ontem, em Marília.
No entanto, ele sinalizou que, caso o município possuísse um aeroporto aos moldes do que atende Bauru, os transtornos aéreos teriam sido menores para os passageiros.
Domingos Fernando Refinetti, advogado da empresa, explica que o apagão aéreo em Marília foi agravado pela manutenção de duas das cinco aeronaves da Pantanal que operam em Marília e pela impossibilidade de transferir aviões maiores para a cidade. Ocorre que Marília já operou voos durante anos com o Fokker 100 da TAM, com capacidade para 108 passageiros.
“Com um aeroporto melhor, a cidade poderia ter sido incluída, provisoriamente, nas rotas de aviões maiores da TAM, como o Airbus com capacidade para 150 pessoas. Porém seu pouso comercial em Marília, devido às condições estruturais do aeroporto, está descartado”, revela o advogado.
A empresa pretende regularizar as decolagens em Marília dentro dos próximos 15 dias.
O promotor José Alfredo de Araújo Sant’Anna lamentou a situação do aeroporto e se comprometeu a analisar as considerações da Pantanal para dar continuidade ao inquérito que apurar a crise aérea na cidade. A Passaredo não participou da audiência de ontem. Dos 14 voos cancelados, apenas dois foram suspensos pela empresa.
Prudente vira alternativa para chegar em Marília
A rota aérea Marília-São Paulo, para alguns profissionais da Capital, ganhou um acréscimo de 195 quilômetros. É que para driblar o apagão aéreo, muitos estão optando descer em Presidente Prudente e tentar conexão para Marília ou fazer o trajeto pela rodovia.
Foi o que o técnico de informática Fábio Luís Denadai sugeriu ao colega de profissão que deveria estar em Marília nesta quinta-feira para um trabalho.
“É lamentável. A falta do transporte aéreo e questões ligadas à logística precária de alguns setores podem comprometer seriamente o desenvolvimento e o futuro da região”, declara.
Passageira reclama do embarque em Guarulhos
Os seis voos diários para São Paulo, três operados pela Pantanal e três pela Passaredo, foram realizados sem atrasos ontem. A única reclamação apresentada por um passageiro que utilizou o transporte aéreo foi relacionada à transferência da rota para Guarulhos, que ocorre desde agosto deste ano.
“Quando era Congonhas gastava R$ 35 de táxi, agora o custo é de R$ 100”, revela a professora Selma Pimentel, que sempre participa de congressos educacionais em Marília.
Fonte:Diário de Marília