oram no mínimo quatro passagens por cima do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus (AM). Enquanto a aeronave modelo ATR-72, prefixo PP-PTK, da Trip Linhas Aéreas, dava voltas no céu da capital amazonense para diminuir a quantidade de combustível no reservatório, os quatro tripulantes informavam aos 38 passageiros que a mudança de rota transcorria bem, ainda que fora dos planos iniciais de voo.
Com partida em Manaus e destino a Itaituba (PA), a aeronave decolou às 6h35 (horário local) de ontem e retornou ao aeroporto duas horas depois em função de "problemas técnicos no sensor do trem de pouso". Embora o pouso tenha ocorrido normalmente, os ocupantes foram recepcionados por equipes do Corpo de Bombeiros, do Samu e da Polícia Militar. Ninguém se feriu e apenas uma passageira recém-operada foi atendida pelo pronto-socorro do aeroporto. Os demais foram encaminhados para outra aeronave que partiu em direção ao Pará às 11h13.
O problema da aeronave foi informado oficialmente pela assessoria de imprensa da companhia aérea. De acordo com a assessoria, a tripulação adotou um procedimento padrão, mas não esclareceu a gravidade do incidente. Segundo o brigadeiro José Carlos Pereira, ex-presidente da Infraero, esse problema não é comum, mas pode ocorrer por falhas de manutenção. "Existe um problema de manutenção, porque o sensor deve ser checado a cada revisão. Não é uma situação de altíssimo risco, mas exige que o piloto esvazie o tanque para que a aeronave fique mais leve e para diminuir o risco de pegar fogo, em caso de choque", diz.
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave anunciou retorno logo após receber um aviso de que os pneus não haviam se recolhido e chegou a pedir um pouso de emergência - que não foi necessário. Alguns passageiros informaram que a mesma aeronave já havia tido problemas na noite anterior, mas a companhia não confirmou a situação. A Anac, responsável pela fiscalização do transporte aéreo, informou que a situação tanto da tripulação quanto da aeronave é regular. O serviço regional de prevenção ao voo da Aeronáutica irá investigar os fatores que contribuíram para o incidente e poderá emitir recomendações de segurança.
No Brasil, o mais recente pouso forçado de um avião de carreira antes do incidente de ontem ocorreu em 6 de setembro. O voo 3358 da TAM, que saiu do Aeroporto Internacional de Guarulhos, São Paulo, com destino a João Pessoa, Paraíba, teve de fazer uma escala inesperada em Minas Gerais depois que um passageiro, de acordo com testemunhas, teve um "surto" e teria tentado abrir a porta da aeronave.
Invasão - Poucas horas depois de os passageiros viverem momentos de angústia no céu amazônico, um avião de pequeno porte protagonizou uma cena espetacular no Aeroporto Júlio César, em Belém, no Pará. O monomotor da empresa Tasp Táxi Aéreo Sul do Pará perdeu altitude logo após a decolagem, desceu à pista, atravessou o muro limítrofe do aeroporto e só parou quando chegou a umadas rodovias mais movimentadas da capital, a Brigadeiro Protásio de Oliveira. Apesar de o acidente ter ocorrido à tarde, quando o fluxo de veículos é normal, nenhum carro ou pessoa foi atingido. O Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) foi notificado e vai investigar as causas do pouso forçado. O piloto era a única pessoa dentro do avião cujo voo tinha destino à cidade de Marabá. Ele não se feriu.
Fonte: Diário de Pernambuco