A Red Bull Air Race deste ano continua a ser abalada por verdadeiros poços de ar. Após toda a polémica que envolveu a transferência do Porto para Lisboa, agora são os novos parceiros portugueses do evento que se interrogam sobre a forma como o negócio foi montado. António Costa, presidente da Câmara de Lisboa, reconheceu existir uma cláusula contratual referente ao exclusivo publicitário que pode impedir a realização do evento no rio Tejo. "A clarificação desta cláusula é crucial. Se a Red Bull tiver o exclusivo de toda a área isso implicará um custo que não podemos considerar", concluiu.
A questão reside no teor do acordo firmado pela Red Bull com as câmaras de Lisboa e Oeiras e a Associação de Turismo de Lisboa (ATL). Com a chegada do documento à Assembleia Municipal de Lisboa, para ratificação, concluiu-se que a despesa (3,5 milhões de euros) era suportado na íntegra pelas três entidades - bem como a logística - enquanto a Red Bull teria o exclusivo da publicidade e direitos televisivos. A autarquia esperava equilibrar os custos com patrocínios próprios.
A oposição, apesar do CDS-PP esclarecer que está contemplada a angariação de patrocínios pelos parceiros portugueses, exigiu explicações, por a situação ser diferente do que sucedia no Norte, onde Porto e Gaia suportavam a prova com 800 mil euros, divididos em partes iguais, sendo o restanto orçamento (até 3,5 milhões) avalizado por uma empresa, a Extreme, que angariava patrocínios. Aquando da divulgação da mudança de local, foi assegurado pelas partes públicas envolvidas que o evento seria suportado da mesma forma.
António Costa afirma que o contrato (redigido em Inglês) oferece dúvidas e já pediu esclarecimentos por escrito à Red Bull. Esclareceu ainda que "os municípios têm até 31 de Janeiro para concluir a elaboração de um protocolo que vai estabelecer as obrigações e direitos das três partes envolvidas". O documento, que em caso de diferendo será resolvido por tribunais de Viena (sede da Red Bull), estipula que Lisboa cobrirá o evento com 50% (1,75 milhões de euros) e Oeiras e a ATL com 875 mil euros cada.
FONTE:ojogo via Paulo Olim