Passadas as comemorações para a virada do ano, o Brasil inicia uma nova contagem regressiva. Desta vez, para a Copa de 2014, que trará um grande desafio para a infraestrutura do país. Levantamento feito pelo GLOBO nos oito principais aeroportos brasileiros mostra que muitos gargalos - de saturação dos terminais a questionamentos das obras - ainda precisam ser resolvidos para o país garantir a infraestrutura no setor durante o evento esportivo. Apesar do otimismo das autoridades, não há garantias de que sejam superados a tempo.
Em São Paulo, os aeroportos de Congonhas e Cumbica, onde filas de passageiros são uma constante, receberão investimentos de apenas R$ 45,5 milhões até 2014. A maior parte desse dinheiro será aplicada na construção do terceiro terminal de passageiros em Guarulhos e da nova torre de controle de Congonhas.
No Santos Dumont, no Rio, não há previsão de abertura do terceiro andar, onde ficarão restaurantes e bancos. A construção está inacabada há dois anos, à espera de decisões do TCU quanto ao custo das obras. Além de obras inacabadas, o movimento do aeroporto vem crescendo desde que voos além da ponte aérea Rio-São Paulo voltaram, em março do ano passado. Com isso, o fluxo de passageiros se aproxima de sua capacidade, de oito milhões por ano. A estimativa é que em 2009 tenha ficado em seis milhões de passageiros.
No Galeão, por outro lado, ainda há capacidade ociosa, e a promessa é que as obras em andamento nos dois terminais fiquem prontas em 2012. Mas especialistas dizem que há necessidade de obras nas redes elétrica e hidráulica.
No aeroporto de Brasília, não há boxes suficientes para receber todas as aeronaves, o que causa transtornos em horários de pico. Em Confins (MG), a situação é ainda pior: quem desembarca espera até 40 minutos para retirar a bagagem. As esteiras são de 1983 e, segundo a própria Infraero, são pequenas e obsoletas. Em Porto Alegre, a expansão do aeroporto Salgado Filho depende do deslocamento de quase 1.500 famílias. Já no Aeroporto Internacional dos Guararapes, em Recife, há ociosidade. O fluxo de passageiros, porém, não para de crescer, o que indica necessidade de ampliação para evitar estrangulamento.
FONTE:O Globo