Ao promover a abertura de capital da Multiplus, empresa que gerencia o seu programa de fidelidade, a TAM dá os primeiros passos para deixar de ser apenas uma companhia aérea. Para quem a conhece por dentro, o pedido protocolado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta semana reflete um plano mais amplo da família Amaro - o de apostar em novos negócios, sejam eles controlados pela TAM, ou diretamente subordinados à TEP, holding que reúne os ativos dos herdeiros do Comandante Rolim. Depois da Multiplus, o próximo candidato ao IPO seria o Centro de Manutenção de São Carlos (SP), que seria transformado em uma nova empresa para ir a mercado. Em paralelo, os Amaro também desejam participar da operação de aeroportos se o governo decidir privatizá-los.
A TAM. foi a pioneira dos programas de milhagem no Brasil, ao lançar o seu em 1994. A primeira vez em que a empresa cogitou transformá-lo em um negócio com vida própria foi em 2005. Naquele ano, os executivos da companhia foram a campo para promover o roadshow de abertura de capital da própria TAM. Nos encontros, os investidores estrangeiros indagavam se a aérea seguiria os passos da Air Canada. Em 1984, a canadense havia lançado o seu programa de fidelidade, o Aeroplan. Dezoito anos depois, a Aeroplan tornou-se uma companhia independente. Com uma política de aquisições agressiva, a empresa diversificou seu portfólio e se transformou em uma gestora de programas de fidelidade no Canadá, Inglaterra e Golfo Pérsico, em áreas que vão de bens de consumo a serviços financeiros. A Aeroplan realizou seu IPO em 2005 e hoje tem cerca de 5 milhões de clientes e 69% das ações em circulação.
FONTE:Exame