O mercado total de venda de combustíveis fechará 2009 com vendas de 98,1 bilhões de litros, o que corresponde a um faturamento de cerca de R$ 192 bilhões. Deste total de recursos, cerca de R$ 57 bilhões foram destinados a pagamentos de tributos.
Os federais totalizaram R$ 22 bilhões, enquanto que os estaduais somaram R$ 35 bilhões, conforme disse nesta quinta o vice-presidente executivo do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Alisio J. M. Vaz, para quem o resultado total de vendas de combustíveis corresponde a um crescimento de 2% na comparação com o ano passado e crescimento de 0,2% entre as 10 empresas associadas à entidade (Air BP, Chevron, Petronas, Castro, Repsol, Ale, Petrobras Distribuidora, Cosan, Ipiranga, e Shell), cujo montante vendidos é estimado em 76,5% bilhões litros.
As empresas associadas à entidade, segundo ele, detêm fatias diferenciadas de mercado. A Air BP, por exemplo, que só vende combustível para aviação, tem 0,1% de marketing share. Em seguida vem a Ale com 3,8%. Depois, aparece a Esso com 5,4%; a Shell com 13,4%, Ipiranga com 19,4% e BR Distribuidora com 37,6% de fatia de mercado.
Essas empresas, segundo ele, representam cerca de 80% da distribuição do país, com 19 mil postos e gerando 330 mil empregos entre diretos e indiretos. Além disso, conta com 130 bases de distribuição em todos os estados, oito fábricas e 2,5 mil lojas de conveniência, com previsão de pular para cinco mil em 2013.
Alisio Vaz afirmou que o grande desafio do setor é combater as fraudes, que deve fechar o ano totalizando cerca de R$ 1 bilhão de sonegação ente ICMS (R$ 600 milhões) e PIS/Cofins (R$ 400 milhões).
Ele acredita que cerca de 30 ou 40 empresas distribuidoras estão envolvidas neste esquema fraudulento.
- Essa sonegação gera um desequilíbrio na competição de mercado. Infelizmente, há uma cultura no Brasil de tolerância com a sonegação. Tem distribuidoras que se especializaram em não recolher impostos e, com isso, os preços praticados são aviltantes e não comportam a carga tributária - comentou, acrescentando que as vendas de álcool e de etanol cresceram
26%. O álcool anidro cresceu 16%, enquanto que a gasolina pura 18,9%.
Alisio Vaz disse ainda que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) cancelou 44 autorizações de distribuidoras, sendo 37 de combustíveis e sete de solventes. Além disso, segundo ele, ações das polícias Federal e Civil e dos Ministérios Públicos Estaduais de São Paulo, Minas
Gerais, Paraná e do Rio conseguiram fechar 125 postos por envolvimento com adulteração de combustíveis. O número de postos fechados já 700 postos.
A distribuição de diesel (46,6%) continua na liderança entre as empresas filiadas ao Sindicom. Depois vem a gasolina C (26,2%), seguido do álcool hidratado (16,9%), querosenes (5,5%) óleo combustível (5%) e o GNV (2,2%). A venda total de diesel em 2009 será negativa em 2%. No entanto, a venda de gasolina, etanol hidratado e GNV vão registrar crescimento de 7,4%. Só a gasolina vai registrar um pequeno crescimento de 0,1%, e o etanol hidratado crescerá 24,9%. Já o GNV apresentará queda de 12,1% nas vendas.
Para o ano de 2010, Alisio frisou que o desafio de combater a sonegação será prioridade. Com isso, ele acredita que será capaz de se reduzir a sensação de impunidade. Além disso, motivar as secretarias estaduais a fiscalizar com rigor as empresas inadimplentes, com o cruzamento de informações entre a ANP e os órgãos competentes e a utilização da nota fiscal eletrônica, que segundo ele, uma grande ferramenta para as secretarias estaduais fiscalizarem as distribuidoras.
Fonte:monitor mercantil Marcelo Bernardes