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Helibras projeta modelo 100% nacional e fomenta parcerias


O plano da Eurocopter, controlada pela poderosa EADS, de projetar um helicóptero mundial no Brasil ganha mais impulso a partir de hoje, com a inauguração da nova linha de produção da Helibras, subsidiária da companhia europeia em Itajubá (MG). Para firmar ainda mais sua intenção, anuncia hoje duas parcerias de peso dentro da cadeia produtiva brasileira do EC 725, uma sofisticada aeronave de transporte civil e de missões militares. O primeiro é com a Atech, joint venture entre a Embraer e a Cassidian ( empresa do grupo EADS) para a produção de sistemas navais.
O outro é com a Inbra Aerospace, que vai produzir em Mauá (SP) a fuselagem intermediária, parte que une a cabine principal à cauda do helicóptero. A transferência tecnológica, a construção de uma linha de produção e o treinamento custarão R$ 17,5 milhões à Inbra e a credenciará para fornecer o equipamento para outras linhas de produção do EC 725 ao redor do mundo.
A nova fábrica da Helibras, que custou R$ 430 milhões, contando com o centro de engenharia e formação de mão de obra, também abrigará a produção do Esquilo, um dos modelos mais populares do mundo. A unidade antiga passa a realizar os trabalhos de manutenção das aeronaves.
“Nosso centro de engenharia possui os mesmos meios tecnológicos que as instalações da Eurocopter na França, na Alemanha e na Espanha. Temos 70 engenheiros ante os 300 da matriz francesa, mas os níveis dos softwares e de processos são os mesmos que os europeus”, afirmou ao BRASIL ECONÔMICO Eduardo Marson, presidente da Helibras desde 2009.
Mas deve levar um tempo, contudo, para que o projeto do helicóptero nacional ganhe músculos, de acordo com o executivo. “Antes de mais nada, devemos conversar com potenciais clientes para decidir os próximos passos”, disse Marson, que acredita que o futuro helicóptero tenha uso dual - militar e civil. O modelo 100% brasileiro pode ganhar linhas de produção mundo afora. Hoje, os helicópteros made in Brasil foram desenvolvidos pela Eurocopter, maior fabricante dessas aeronaves no mundo, e produzidos sob licença.
O governo, claro, também será ouvido. “A construção de um novo modelo de helicóptero movimenta uma engrenagem enorme. E queremos ter a mesma visibilidade mundial que a Embraer, assegurar aos nossos clientes linhas de financiamento vantajosas e, com isso, ser uma forte alternativa para a Eurocopter diante de encomendas mundiais”, disse Marson. Vale lembrar que Embraer e Helibras possuem o mesmo berço: nasceram dentro do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, mais conhecido como CTA, em São José dos Campos (SP). Em 2013 a fabricante de helicópteros completa 35 anos.
A nova linha da Helibras foi construída para atender à maior parte das encomendas do governo brasileiro, que no fim de 2008 formalizou o pedido de 50 helicópteros EC 725 para modernizar e ampliar as Forças Armadas do país. O acordo de US$ 2,4 bilhões foi assinado entre os então presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da França, Nicolas Sarkozy. Dois equipamentos servirão à Presidência da República; Exército, Marinha e Aeronáutica receberão 16 unidades cada um, sendo divididos entre missões de combate e de transporte de tropas.
Quatro deles - um para cada Força e outro para a presidência - já foram entregues, produzidos na fábrica da Eurocopter na França. A estrutura do helicóptero de número 17 já está na linha mineira e terá 12% de conteúdo nacional quando ficar pronto. A intenção é chegar a 50% de valor agregado brasileiro. Para isso, a Helibras está reforçando sua cadeia de fornecedores - trazendo novas empresas e requalificando antigos parceiros de negócios. A fábrica deve operar a pleno vapor no fim do ano que vem e terá até 2017 para cumprir as encomendas do governo. 
Inbra se credencia para fornecimento internacional
Ao anunciar a Atech e a Inbra Aerospace entre seus novos parceiros, a Helibras aumenta para 16 o número de fornecedores do do modelo EC 725 e de sua futura versão civil, o EC 225. A fabricante brasileira de helicópteros passa por um longo processo de transferência tecnológica e de qualificação de antigos fornecedores para chegar aos 50% de conteúdo nacional nos aparelhos militares, condição que consta do contrato entre os governos do Brasil e da França, assinado em 2008. O patamar de 50% de nacionalização deve ser alcançado a partir da produção do exemplar de número 24, em meados de 2015.
Salto global
De acordo com Melis de Bruyn, diretor industrial da Inbra Aerospace, a companhia está na primeira das quatro etapas de transferência tecnológica da fuselagem intermediária do EC 725. Na conclusão do processo, a empresa poderá fabricar toda a estrutura. Enquanto isso, já vai produzir, neste ano, alguns componentes da estrutura em sua fábrica em Mauá (SP). Uma equipe de oito pessoas passou três meses dentro das instalações da Eurocopter, na França, para absorver conhecimentos. A exportação dos equipamentos, porém, deverá acontecer somente após 2014.
“A transferência de tecnologia da Eurocopter nos credencia a produzir peças de classe de segurança nível 1, que podem ser exportadas para o mundo todo”, comemora o executivo. Na indústria aeroespacial há três níveis de segurança para as peças e componentes: caso sofram alguma avaria em voo, as peças de nível 3 não comprometem a segurança do voo; as de nível 1 não podem apresentar falhas, sob o risco de afetar a segurança em voo.
A Inbra Aerospace investiu R$ 17,5 milhões na nova linha em Mauá, incluindo o treinamento de funcionários. Há ainda a intenção da Inbra de abrir uma nova unidade em São Bernardo do Campo (SP) para atender à futura demanda.
A fuselagem intermediária é feita majoritariamente com compostos de carbono e outros materiais complexos. Eles serão unidos por um processo de colagem estrutural, livrando a fuselagem rebites e parafusos. “É uma tecnologia bastante difícil, mas que proporciona mais segurança do que peças unidas com rebites”, explica Bruyn.
Mão brasileira
A Helibras enviou mais de cem funcionários à França para acompanhar de perto a montagem do EC 725 e também dos complexos sistemas de segurança embarcados nas aeronaves militares — dependendo da configuração e do tipo de missão, deverá contar com sonar, radares, armamentos e muita tecnologia de guerra eletrônica. “É um processo bastante delicado, em que um equipamento deve funcionar com precisão e sem interferir nos demais aparelhos”, explica Eduardo Marson, presidente da Helibras.
A Embraer, afirma Marson, foi um dos grandes “fornecedores” de mão de obra especializada, mas que tiveram de passar por treinamento igualmente intenso nos últimos meses. n P.N.
Caça, helicóptero, fusão: a luta da EADS para crescer
Embora não assuma, o interesse do Eurocopter em desenvolver no Brasil um helicóptero mundial faz parte dos esforços do poderoso conglomerado de aviação e defesa EADS de avançar seus domínios para novos mercados e depender menos do continente europeu.
Neste sentido,a companhia de capital francês, alemão e espanhol está às voltas com a proposta de fusão com outra grande representante do segmento de defesa, a inglesa BAE Systems. A operação, caso saia do papel, deve criar a maior companhia do segmento do mundo, com US$ 45 bilhões em negócios por ano. A fusão daria à EADS acesso ao ultraprotegido mercado americano por meio dos contratos firmados pela BAE com as Forças Armadas locais.
Entretanto, o negócio sofre com o fogo cruzado de acionistas e governos dos países que abrigam instalações das duas empresas. Elas têm até o dia 10 para ratificar a intenção de levar o negócio adiante.
O primeiro sinal contrário ao negócio foi de Arnaud Lagadere, um dos principais acionistas individuais da EADS. “Ainda não está claro qual será o ganho de escala que a fusão das empresas irá gerar”, questionou o empresário francês por meio de sua assessoria de imprensa. Os comentários aumentaram a pressão sobre os ombros dos presidentes da EADS, Tom Enders, e da BAE, Ian King, horas depois de pedirem que os investidores peçam em seus países regras mais flexíveis para que a operação siga adiante, uma forma de conter a forte oscilação dos papeis das empresas nas bolsas internacionais.
Caças
A EADS também se esforça, mesmo que indiretamente, para emplacar as vendas do caça Rafale, produzido pela francesa Dassault para as forças aéreas internacionais, incluindo o Brasil. O conglomerado francês é dono de pouco mais de 46% das ações da Dassault.
E o Brasil, mais uma vez, é foco de atenção do conglomerado, uma vez que decidirá no início do ano que vem o fornecedor de 36 caças para reforçar a Força Aérea local. Além do Rafale francës, estão na disputa o Gripen, da sueca Saab, e o F-18 Super Hornet, da Boeing. Nos últimos tempos, a companhia americana é quem tem feito os maiores esforços para agradar ao governo brasileiro. Criou parcerias locais para o desenvolvimento de combustíveis limpos e formalizou parceria com a Embraer para desenvolver e comercializar o cargueiro militar KC 390, projeto que há muito tempo estava parado nas pranchetas.



As informações são"IG Patrícia Nakamura - Brasil Econômico Com Reuters".Sempre é citado o link de referência. O conteúdo é de Responsabilidade:

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