Os controladores de tráfego aéreo alemães deverão iniciar na quarta-feira uma greve geral que poderá paralisar todos os aeroportos do país, depois de fracassadas as negociações para rever o contrato coletivo de trabalho
"É quase certo que entraremos em greve na quarta-feira", confirmou hoje, em Frankfurt, o porta-voz do sindicato dos controladores aéreos (GdF), Hans-Joachim Krüger.
As negociações com a entidade patronal, a Agência Alemã de Segurança Aeronáutica (DFS), foram interrompidas na sexta-feira, por falta de acordo em matéria de promoções na carreira, sobretudo.
A DFS mostrou-se disposta anteriormente a aceitar aumentos salariais de 5,2 por cento para cerca de cinco mil controladores, mas recusou a criação de um novo grupo tarifário que implicaria a promoção de muitos controladores, alegando que isso teria custos incomportáveis.
O GdF garante, por seu turno, que não estão em causa reivindicações salariais, mas sobretudo as más condições de trabalho, destacando o problema da sobrecarga de horas extraordinárias.
Em julho, mais de 90 por cento dos filiados no GdF votaram a favor do recurso à greve, que chegou a estar marcada para princípios de agosto, mas foi anulada à última hora, após a DFS requerer a conciliação, o que, por lei, obriga a respeitar um período de tréguas nos conflitos laborais.
A comissão negociadora sindical deverá decidir ainda na segunda-feira quais as formas de luta a adotar, e poderá anunciar no dia seguinte uma greve para quarta-feira, com 24 horas de antecedência, portanto.
A principal companhia aérea alemã, a Lufthansa, já disse estar preocupada com as consequências de uma possível greve, "que só prejudicará terceiros", disse hoje um porta-voz da empresa, em Frankfurt.
O porta-voz do grupo parlamentar democrata-cristão para a área dos transportes, Dirk Fischer, acusou os controladores de "quererem prejudicar a economia alemã por motivos egoístas", lembrando que estes profissionais ganham, em média, mais de 100 mil euros por ano, e trabalham apenas 25 horas por semana.
Já hoje deverão verificar-se perturbações no funcionamento dos principais aeroportos alemães, devido a plenários do pessoal de terra marcados pelos sindicatos, que se dizem preocupados com a intenção da Comissão Europeia de incentivar a concorrência no setor, o que, no entender dos representantes dos trabalhadores, abre a porta ao chamado `dumping` salarial.
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