A manutenção da sede operacional da TAP em Lisboa é uma exigência que deverá fazer parte do caderno de encargos para a privatização da companhia aérea.
Esta cláusula responderá às inquietações levantadas no último domingo por Marcelo Rebelo de Sousa ao afirmar que, se a Ibéria comprasse a TAP, os voos principais seriam desviados para Madrid, e Lisboa passaria a ser um mero aeroporto regional europeu. Tal condição, se for legal, acautelará os interesses nacionais mas deverá afastar vários potenciais interessados, provavelmente até a própria Ibéria (agora integrada com a British Airways no grupo IAG). Diga-se em abono da verdade que, para Portugal, será preferível que a TAP seja comprada por companhias como a Lufthansa ou a Qatar Airways, que têm sido apontadas como potenciais interessadas. Uma eventual aquisição por parte da LATAM (empresa que resultará da fusão entre a TAM brasileira e a LAN chilena) também poderá ser uma solução interessante, uma vez que Lisboa passaria a constituir uma boa base operacional na Europa para a nova companhia. Outra questão que poderá ter um papel fundamental na decisão de compra da companhia portuguesa é a integração das empresas nas alianças globais - Star Alliance (onde estão integradas a TAP, a Lufthansa e a TAM), Sky Team (a que pertencem a Air France/KLM), e Oneworld (onde estão a Ibéria e a British Airways). Em qualquer caso, a dinamização do triângulo Portugal-África-Brasil, de que tanto se espera para o futuro do nosso país, depende em grande parte da existência de ligações aéreas regulares e, por isso, seria bom para todos poder juntar na privatização da TAP capitais angolanos e brasileiros.
Fonte/Via:Económico
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