Azul Crescer 20% ao ano

O setor de aviação vive um momento de franco crescimento e as perspectivas são as melhores possíveis para os próximos anos. A avaliação é do presidente da companhia Azul Linhas Aéreas, Pedro Janot. O executivo esteve ontem em Piracicaba para ministrar palestra dentro da programação do 7º Congresso Empresarial da Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba). Janot entende que, ao se manter as previsões de aumento do PIB (Produto Interno Bruto) em torno de 6%, a aviação crescerá em torno de 20% ao ano.

“Há um contingente muito grande de novos passageiros, uma nova classe média que surgiu com o aumento de renda específico e que deve garantir uma expansão gigante da aviação civil”, diz. Os gargalos tão comentados no setor, por questões estruturais relacionadas às necessárias reformas nos aeroportos, não devem incomodar pelo menos nos próximos três anos. “A partir daí, se os problemas não forem resolvidos, haverá problemas”, observa.

A Azul, destaca Janot, tem aproveitado esse crescimento para se posicionar no mercado de uma forma diferenciada. Fundada há cerca de dois anos, a companhia aérea surgiu em uma conjuntura de monopólio (com o espaço aéreo nacional dominado praticamente por apenas duas empresas) e se colocou como uma alternativa de qualidade, principalmente para o mercado da região. “Viracopos é o berço da Azul”, declara o presidente.

O aeroporto, que no entender do executivo pode se transformar no principal do Brasil pelo potencial de crescimento geográfico, tem recebido seguidos investimentos de infraestrutura por parte da Azul, como a criação de novos bolsões de estacionamento exclusivos da empresa. “Já foram criadas mais de 700 vagas e outras 400 vão ser criadas a partir da semana que vem”, informa. Além disso, a companhia aposta em diferenciais como os preços, serviço de atendimento ao cliente e maior espaço dentro das aeronaves.

A prova do potencial da Azul na região pode ser comprovada pelo novo serviço que será oferecido em loja que funcionará no Shopping Piracicaba até o fim do mês. “Será possível fazer o check in aqui em Piracicaba”, revela Aldano Benetton, da agência Monte Alegre, que gerenciará a loja. “Dá para dizer que o pessoal aqui da região está aprendendo a andar de avião com a Azul”. Aldano diz que a companhia responde por cerca de 45% dos voos domésticos de pessoas aqui da região. “Por isso, mais do que uma palestra, posso dizer que vim também agradecer ao carinho com que as pessoas daqui receberam a Azul”, finaliza Janot.

Os desafios da sucessão familiar

Os desafios da sucessão em empresas familiares foram discutidos por Renato Bernhoeft, em palestra ontem dentro do 7º Congresso Empresarial. O presidente da Acipi, Jorge Aversa Júnior, observa que o tema é um dos pilares da atual administração. Bernhoeft, que participou de processos de sucessão em alguns dos principais grupos empresariais do Brasil, acredita que o assunto é mais do que pulsante. Dos 300 maiores grupos empresariais do Brasil, 287 têm participação de famílias (no controle ou gestão). “É um universo significativo”, diz. O desafio maior na sucessão, na avaliação de Bernhoeft, é os filhos entenderem que precisam construir uma relação de sociedade que difere de forma significativa de uma relação familiar. O pai, fundador, não pode escolher um sucessor, mas este deve se legitimar perante os demais irmãos. “Um erro comum é os filhos se qualificarem para o trabalho, mas não se darem conta de que não são donos do negócio, mas sim sócios”. Bernhoeft entende que o nível de conscientização referente aos problemas tem aumentado. São casos como de Luís Guilherme Schnor, diretor-presidente da Supricel, que fez uso de consultoria para que o processo de sucessão fosse acompanhado por um especialista. “O futuro de uma empresa é importante e a sucessão precisa ser bem conduzida para que o empreendimento não acabe. As pessoas morrem, mas as empresas devem continuar a existir”.

Fonte:Gazeta de Piracicaba