O presidente da companhia aérea Gol, Constantino de Oliveira Junior, pediu desculpas aos clientes da empresa e à sociedade, nesta terça-feira, pelo caos que se instaurou nos aeroportos brasileiros na semana passada – e que teve como principal responsável a Gol. Foi a primeira vez que o executivo falou do problema.
"Não queremos tapar o sol com a peneira, nós pedimos desculpas à sociedade e aos clientes. Em momento algum deixamos de ter a segurança de voo como valor principal", disse Constantino. "Foram problemas pontuais e já estão sob controle. Em momento algum a empresa ultrapassou os limites da legalidade ou qualquer que ponha em risco a segurança de vôo. Temos que fazer um mea culpa e pedir desculpas pelos transtornos gerados", continuou.
Os atrasos começaram a ser desencadeados no fim de semana, quando a companhia precisou transferir alguns voos do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, para Cumbica, em Guarulhos. As tripulações da Gol foram impedidas de seguir viagem após atingir o limite de horas de trabalho. O fim das férias escolares também contribuíram para o problema.
Na semana passada, a segunda-feira da foi de caos e stress para passageiros de todo o país. Até meia-noite, 614 (26%) do total de 2.360 voos domésticos programados tiveram atraso superior a 30 minutos e 140 foram cancelados. Entre os voos internacionais, 18,3% de 208 previstos atrasaram. A Gol foi responsável por 34% dos atrasos nos aeroportos brasileiros - 52,6% dos 818 voos domésticos programados saíram depois do horário. Apenas na tarde de terça a situação começou a melhorar.
O presidente da Gol falou ainda sobre os impactos dos problemas no faturamento da empresa. "Os problemas foram pontuais e não tiveram uma relevância material diante do tamanho das operações da companhia", declarou. Nesta terça, a Gol revelou que amargou um prejuízo de 51,9 milhões de reais no segundo trimestre deste ano, ante lucro de 23,9 milhões de reais nos três primeiros meses de 2010.
Constantino disse ainda que a Gol recebeu 99 reclamações de passageiros no período em que os problemas foram registrados - 47 das quais terminaram em acordo. "Isso mostra como a companhia está comprometida e ativa a resolver esses problemas", afirmou.
O presidente da empresa ainda falou a respeito da denúncia do Sindicato Nacional dos Aeronautas, de que a Gol submete sua tripulação a uma jornada acima do permitido pela lei. "Negligência em relação as obrigações da companhia nunca ocorreram e nunca vão ocorrer numa empresa como a Gol. Obviamente, tem gente que não está satisfeito, mas as nossas escalas são estabelecidas dentro das regras internacionais e nacionais em termos de nível de segurança", disse.
Fonte:veja.com
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