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Aviação executiva não é “brinquedo de rico”!!!


No último domingo, como já informamos, ocorreu um terrível acidente em Cândido Mota-SP, matando cinco pessoas: o piloto, a “copiloto” (que, tecnicamente, copiloto não era, já que a aeronave é single-pilot, mas enfim…), e três passageiros – o sobrinho-neto do empresário Antonio Ermírio de Moraes (José Eduardo Ermírio de Moraes), sua noiva, e a mãe dela.  Fora o fato de que o piloto não tentou alijar combustível (vide post anterior), pouco foi dito pelos investigadores do acidente quanto às suas causas, e não vai ser aqui que iremos começar um “CENIPA virtual” sobre a tragédia. Mesmo porque, não é este o ponto.
Um King Air voando com passageiros portadores de sobrenomes famosos é o que muita gente gosta de chamar de “brinquedo de rico”. Na verdade, muitos dos proprietários de aeronaves também acham que possuem um “brinquedo” nas mãos – e que o piloto nada mais é que o sujeito que faz o seu “brinquedo” funcionar. (Não estou falando DESTE proprietário em particular, que não conheço, não me entendam mal, por favor!). O problema é que essa “brincadeira” está ficando mais perigosa a cada dia, como mostram as estatísticas do CENIPA. A propósito, a Folha de São Paulo veiculou ontem uma matéria muito interessantes sobre este assunto, vejam abaixo (fonte: Aeroclipping do SNA de 05/02 – os grifos são meus):
Número de acidentes cresce 15% em 2012
DE SÃO PAULO
O número de acidentes na aviação geral cresceu 15% em 2012 em relação a 2011, diz a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
A aviação geral inclui aviões e helicópteros privados e táxi aéreo. Não entra na conta o transporte regular de passageiros, como os aviões da TAM e Gol.

Foram 171 acidentes contra 148 no ano anterior.
Não há dados de crescimento de frota de 2012 para 2011. Uma comparação possível é com os pousos e decolagens nesse tipo de operação, que subiram 8% -de 906,7 mil para 981,4 mil, segundo a Anac.
RISCOS
Para Jorge Barros, especialista em segurança de voo, os pilotos da aviação geral não são tão treinados e submetidos a atualização como os da regular.
O ambiente contribui para expor a atividade a risco: muitos pilotos usam pistas de terra e nem sempre a manutenção das aeronaves é adequada.
A relação de emprego é diferente -pilotos privados se queixam de pressão de patrões para voar em situações inseguras, por exemplo. E há deficiência na fiscalização, disse.
A Anac diz que a fiscalização de segurança é prioridade e constante, motivada por denúncias ou não. Operações de fiscalização de aviação geral estão previstas -a última foi no Rio de Janeiro, entre 25 e 28 de janeiro.
De fato, estão listados acima alguns dos principais problemas de segurança da aviação geral brasileira:
Falta de treinamento e atualização dos pilotos;
Operação marginal e manutenção irregular;
Pressão dos patrões; e
Deficiências na fiscalização.
Fora o problema da fiscalização, todos os outros estão relacionados ao fato que eu estava comentando acima: proprietários de aeronaves que acham que suas aeronaves são brinquedos. Só que brinquedos elas não são: aviões e helicópteros são máquinas potencialmente muito perigosas, talvez o mais perigoso dos artefatos humanos fora as armas. Mas, por outro lado, se corretamente manuseadas, as aeronaves são extremamente seguras: basta ver o número de acidentes da aviação comercial brasileira em 2012: ZERO! Ou seja: existe tecnologia para que nós tenhamos uma aviação segura, é só querer usar.
Eu lamento muito a morte do jovem José Eduardo Ermírio de Moraes, que tinha 29 anos e estava prestes a se casar. Um jovem morrer assim, de maneira tão brutal, sempre é revoltante – e, nesta situação, pobres e ricos igualam-se na dor. Mas espero que, com o ocorrido, os proprietários de aeronaves se sensibilizem para a maneira como eles estão encarando seus “brinquedos”. Se a ANAC não fiscaliza corretamente, isso não significa que pode voar de qualquer jeito: quem se quer enganar? A Morte não se engana, esta sempre cobra o seu preço. E vai continuar apresentando a fatura enquanto os proprietários de aeronaves não se conscientizarem do risco que estão correndo com seus “brinquedos”.


As informações são"paraserpiloto".Sempre é citado o link de referência. O conteúdo é de Responsabilidade:Thiago Oliveira

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