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Ele leva mala de mão, ela despacha a bagagem


Ela gosta de sentar na janela; ele, no corredor. Ela gosta da janelinha fechada; ele a prefere aberta. Ela despacha a mala; ele só leva bagagem de mão. Ela se refugia em seu espaço para evitar qualquer contato; ele já chega se esparramando na poltrona.
Quando o assunto são hábitos e preferências em aviões e hotéis, a diferença entre os sextos pode ser imensa, tornando ainda mais complicada uma experiência já difícil para casais e famílias.
Os homens ainda são maioria em programas de afinidade. Segundo várias companhias aéreas, entre elas as americanas US Airways e Delta Air Lines, homens representam de 54% a 56% da base de clientes. Mas a diferença vem caindo. Segundo a Virgin America, em pesquisas com passageiros no último ano a média foi de 52% homens e 48% mulheres. Na American Airlines, 55% dos inscritos no programa de milhagem são do sexo masculino, embora na faixa abaixo dos 30 haja mais mulheres do que homens. E na British Airways estão voando mais mulheres do que homens, informou uma porta-voz.
Com mais e mais mulheres singrando os céus a trabalho, diferenças entre os sexos estão ficando mais visíveis, segundo dados de companhias aéreas, entrevistas com membros da tripulação, passageiros de programas de milhagem e um acervo de anos e anos de consultas e queixas de passageiros aéreos. Cada vez mais, essas diferenças atraem a atenção de companhias aéreas e hotéis.
Segundo companhias aéreas com sistema de entretenimento a bordo, como a Virgin America, enquanto a mulher gosta de ver filmes, o homem prefere canais de notícias ao vivo e esportes. A manta é mais usada por mulheres do que por homens, segundo as empresas.
Um estudo encomendado pela Delta Air Lines sobre preferências alimentares de passageiros constatou que um menu com uma salada e algum petisco tinha mais chance de agradar a mulher do que o homem. Agora, a empresa estuda mudar o cardápio. Com mais mulheres frequentando salas VIPs de aeroportos, a Delta — segundo a qual 54% dos sócios de seu programa de milhagem são homens — adicionou uma revista de decoração à seleção de títulos oferecida em suas salas.
A rede de hotéis Hyatt Hotels montou verdadeiros "laboratórios" no hotel para estudar o comportamento de hóspedes. Descobriu diferenças curiosas entre homens e mulheres. Uma delas: a mulher gosta de ler deitada, enquanto o homem prefere estar sentado em uma poltrona. Isso levou a rede a instalar mais tomadas na cabeceira da cama para tablets e leitores digitais.
Recentemente, a empresa lançou em hotéis do mundo todo novas linhas de cosméticos testados e aprovado pelo público feminino por suas propriedades. "Se não tiver de trazer todos os meus produtos pessoais, posso vir com bagagem de mão em vez de despachar uma mala", diz Sara Kearney, vice-presidente de marcas do Hyatt.
Em geral, segundo companhias aéreas, a mulher prefere sentar na janela e o homem, no corredor. Entre sócios do programa de milhagem da US Airways que indicaram que assento preferem, homens dão muito mais preferência ao corredor do que mulheres — a proporção é de quase 2 para 1, segundo dados da empresa.
No passado, não era um grande problema, pois aviões voavam menos lotados e não havia ninguém na poltrona do meio. Agora, com voos mais cheios, é provável que diferenças entre os sexos gerem turbulência.
Suzanne Stork, de Seattle, diz que o marido, Carl, em geral senta no meio quando viajam juntos, ainda que ele adore olhar pela janela. É que ela gosta de fechar a janela para diminuir a luminosidade enquanto lê ou assiste a algum programa. "Ele parece uma criança, fica empolgado. Vai logo dizendo: 'Amor, olha aquele 747 da Singapore Airlines !' Como se eu ligasse para isso!", diz Stork.
Tanto Curt Borchardt como Jenny Church, aposentados de San Luis Obispo, na Califórnia, preferem sentar na janela. Mas ela acaba no meio, pois ele, por ser alto, fica espremido demais na poltrona do meio. A saída da mulher foi começar a reservar uma janela na fileira de trás. "Prefiro não sentar no assento do meio", disse Church.
Homens sempre se queixam de que as mulheres levam coisas demais e acabam tendo de despachar a bagagem — que pode acabar extraviada ou levar a esperas maiores. Muitas dizem ficar em desvantagem devido a normas de transporte de líquidos. Segundo elas, em geral é preciso despachar a bagagem porque produtos de higiene e outros artigos extrapolam as medidas permitidas pelas autoridades aéreas .
Mulheres que viajam muito dizem que um grande motivo de irritação é que passageiros do sexo masculino normalmente presumem que as companheiras de voo não têm categoria de elite no programa de milhagem e nem assento na classe executiva para o embarque preferencial. Várias mulheres entrevistadas, todas integrantes de uma recente turnê de sócios de programas de milhagem organizada pela MilePoint.com, disseram que muitos homens passam na frente delas na fila e até abrem caminho na cotovelada no tumulto do embarque.
"Eles passam por cima de mim. Simplesmente não acreditam que meu lugar é ali", disse Christy Lipschultz, gerente de projetos de uma firma financeira em Chicago. Lipschultz já acumulou 200.000 milhas este ano na United Airlines e na American Airlines.
Já a bordo, a situação fica ainda mais tensa. Quem vai usar o braço da poltrona, por exemplo? Em entrevistas em aeroportos, mulheres dizem que o homem em geral toma esse território para si, ainda que a mulher esteja no assento do meio.
"Acho que os homens pensam que o espaço é deles. Nem percebem, não estão nem aí", disse Asya Kamsky, executiva de software de San Francisco que voa cerca de 200.000 milhas por ano. Kamsky diz que defende seu espaço contra a invasão de cotovelos e pernas alheios. "Não tenho nenhum problema em dar um cutucão, se for preciso", disse.
Anne-Marie Maguire, uma consultora de Massachusetts, reserva dois assentos de corredor, lado a lado, quando viaja com o marido, que é pernudo.
"Deixa ele invadir o espaço das pernas de outra pessoa", disse a mulher.
Quando o assunto é o tratamento dispensado pela tripulação, a mulher sai ganhando, pelo menos na opinião de certos homens. Egbert Simons, um consultor de vinícolas que viaja com frequência, diz que a namorada, que sempre veste roupas de grife, passa toda hora da classe econômica para a executiva para usar o banheiro.
"Se eu fizer isso, é capaz de sair algemado", brincou Simons.



As informações são"The Wall Street Journal Americas".Sempre é citado o link de referência. O conteúdo é de Responsabilidade:Douglas Pereira

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