Passados pouco mais de sete meses após a chegada no mercado cearense, com direito a voo organizado pelo Governo do Estado para trazer jornalistas e agentes de viagem da Espanha, a Iberia vai encerrar suas operações no Ceará e em Pernambuco. A partir de 2 de novembro, as rotas diretas de Madrid rumo a Fortaleza e Recife não serão mais realizadas. Os passageiros que quiserem viajar pela companhia aérea em direção à Europa terão que partir de São Paulo ou Rio de Janeiro, capitais das quais saem aviões diariamente para a Espanha.
De acordo com o comunicado da empresa, a interrupção decorre do forte aumento do preço do petróleo, além da persistência da crise econômica sobre os mercados mundiais. Só o Querosene de Aviação (QAV), segundo a nota, teve elevação de 40% desde o fim do ano passado, o que teria disparado os custos da Iberia. Isso somado ao atraso na recuperação econômica, mantendo mercados como o espanhol com baixa demanda. "Por essa razão, apesar do razoável comportamento da rota quanto ao número de passageiros desde seu lançamento, sua rentabilidade não alcançou os níveis esperados", afirmou a empresa. A companhia cogita retomar a rota caso o cenário internacional apresente melhorias nos próximos meses.
Reembolso
Em resposta à reportagem, a Iberia informou que, nos próximos dias, os passageiros que reservaram voo para depois do dia 2 de novembro serão contatados pela empresa, ou pela agência de viagem na qual foi feita a compra, para serem informados sobre o cancelamento da reserva e apresentados a novas opções, como a troca do trajeto (passando por Rio ou São Paulo) ou o reembolso.
O secretário do Turismo do Estado, Bismarck Maia, disse que o Estado já trabalha no sentido de tentar reverter a decisão da empresa. Apesar de não entrar em detalhes, o titular da pasta informou que está sendo estudada a possibilidade de o Governo intensificar a promoção do Estado na Espanha, com o apoio da Iberia. "O impacto é grande. É uma companhia de alto nível. Esperamos que possa se rever isso", acrescentou.
O secretário destacou ainda que o Estado "fez a parte dele ao conquistar o voo", mas que a partir disso a questão é de mercado, a qual deve ser trabalhada pela própria empresa. "Trata-se de uma série de coisas que não estão na seara do Estado, que investiu muito para trazer essa companhia aérea". A Infraero, segundo a assessoria de comunicação, ainda não recebeu comunicado sobre o assunto.
As informações são"Diário do Nordeste por DIEGO BORGES".Sempre é citado o link de referência. O conteúdo é de Responsabilidade:Samuel Pereira
