George Bush, o pai, foi certamente quem melhor já definiu as vantagens básicas de se ter à disposição uma fortaleza voadora como o Air Force One, o gigantesco jato presidencial dos Estados Unidos, cuja fuselagem é capaz de resistir ao impacto de impulsos eletromagnéticos causados por bombas nucleares, além de possuir também um sistema antimísseis.
- Do que mais sinto falta, da época em que viajava nele, é que jamais perdiam a minha bagagem. O avião sempre decolava no horário, e nunca me diziam que um voo tinha de ser cancelado por causa de problemas com uma conexão posterior - disse o ex-presidente.
Bush se gabava ainda de uma outra regalia, bem pessoal: no cardápio de bordo jamais constava brócolis, vegetal que ele detesta.
- Graças a Deus, eu jamais senti sequer o cheiro disso no Air Force One.
Quem cuida desses detalhes pessoais nas viagens presidenciais, e que inclusive carrega pessoalmente a mala de roupas do chefe da nação, é um homem alto, de bigodinho fino, chamado Samuel Sutton Jr. - o primeiro mordomo negro da Casa Branca. Ele está no posto desde a época de Bill Clinton e também serviu a George W. Bush. Obama ouviu falar tão bem dele que o manteve no posto.
Ao contrário do que acontece no Brasil, e em muitos outros países, nos Estados Unidos o vice-presidente não assume o poder quando o presidente viaja ao exterior. Ele permanece presidente 24 horas por dia, despachando inclusive a bordo do Air Force One. E leva consigo a célebre maleta com os códigos secretos por meio dos quais pode determinar o disparo de armas nucleares, esteja onde estiver.
Esse jato, que tem o comprimento de quase uma quadra e a altura de um prédio de seis andares, é, segundo a Boeing, o avião mais seguro do mundo. Em caso de uma catástrofe em terra, o presidente americano pode permanecer no ar por um longo período. Numa emergência dessas, não é necessário aterrissar para receber combustível. O Boeing, que tem uma autonomia de voo de 12.500 quilômetros, pode ser reabastecido no ar por aviões-tanque, habitualmente utilizados para encher os tanques de caças durante as guerras.
O jato possui duas cozinhas. Elas têm capacidade de produzir refeições para cem pessoas simultaneamente, três vezes por dia, e um estoque de alimentos para 35 dias. A tripulação é composta de 26 pessoas, e o avião pode levar até 76 passageiros. Além de um gabinete de trabalho, junto a uma sala de reuniões, o presidente conta com uma confortável suíte que inclui chuveiro e um closet para troca de roupas. Não é à toa que também chamam o jato de "Taj Mahal voador". Ele é equipado, ainda, com uma pequena clínica médica com condições de, inclusive, realizar cirurgias.
A Casa Branca, na verdade, possui dois desses jatos. São gêmeos com o mesmo nome: ambos são Air Force One. Uma hora de voo de cada um deles custa o equivalente a US$ 67 mil. Por isso, só mesmo convidados muito especiais viajam de carona. O pequeno grupo de jornalistas que sempre voa com o presidente tem de pagar: suas empresas reembolsam o governo pelo valor das passagens, que, no geral, custam mais do que num voo comercial - já que, além do transporte aéreo, a Casa Branca fornece aos repórteres toda a logística de deslocamento e outros serviços nos países visitados.
A atual versão do Air Force One entrou em operação em agosto de 1990, substituindo o Boeing 707 construído em 1973. A Força Aérea dos EUA, que opera e mantém a frota presidencial, já programou a compra de três novos aviões para substituir a dupla atual. O primeiro deles deverá ser entregue em 2016.
Franklin Roosevelt foi o primeiro presidente americano a voar. Em janeiro de 1943, ele usou um Dixie Clipper, da PanAm, para ir a um encontro secreto com Winston Churchill em Casablanca, no Marrocos, para montar uma estratégia de guerra contra Adolf Hitler. Surgiu, então, a ideia de a Casa Branca ter um avião próprio, e um C-54 Skymaster teve seu interior transformado para uso presidencial. Uma década depois, o então presidente Dwight Eisenhower cunhou o termo "Air Force One" para denominar o avião. Até então, ele era chamado de "Vaca Sagrada".
Via:OGlobo
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