Aeroporto de Ribeirão Preto prevê alta de 26%

A demanda pelo transporte aéreo nas grandes cidades do Brasil tem crescido a taxas expressivas - também no interior do País - e as empresas têm visto esse cenário com bons olhos. Tanto que têm surgido diversos anúncios de promoções, parcelamentos, compartilhamento de voos entre as companhias para oferecerem mais opções de destino, o que causa, muitas vezes, alguns problemas nos aeroportos, como atrasos nos voos, cancelamentos por conta do excesso de tráfego aéreo, e até paralisação por parte dos funcionários, que têm de trabalhar em elevadas cargas horárias para cumprir o serviço.
Há alguns meses vimos até mesmo um ar caótico nos aeroportos, com diversas empresas com voos atrasados, o que costuma ocasionar um clima tenso nos aeroportos. Mas a guerra pelos passageiros deve até aumentar, com a proximidade das férias.
O crescimento de pessoas interessadas em transporte aéreo tem se destacado também nos aeroportos regionais. Prova disso é o total de voos operados no Aeroporto Leite Lopes, na cidade de Ribeirão Preto, polo importante do agronegócio nacional, e que estima alcançar um crescimento no tráfego aéreo de 26% até o fim deste ano.
Segundo informações da administração do aeródromo, hoje decolam 56 voos diários, em dias úteis. Em dezembro, serão 71.
A principal razão para esse crescimento é a entrada da companhia Webjet no mercado. Com voos a partir de R$ 29, a empresa começa a operar em 10 de dezembro e irá fornecer 14 novos voos diários para oito cidades. "Essas novas rotas vão atender a uma demanda crescente em localidades importantes e ainda pouco atendidas", disse Fábio Godinho, presidente da empresa, por meio de nota.
Os voos diários, de ida e volta, serão para São Paulo (Guarulhos), Rio de Janeiro (Galeão), Belo Horizonte (Confins), Salvador, Navegantes, Brasília, Curitiba e Porto Alegre. As passagens já estão à venda no site da empresa.
Já a Passaredo, empresa de aviação de Ribeirão Preto, contribuiu com o aumento com um voo a mais por dia ao criar uma nova rota, para Porto Alegre, na cidade. O montante, no entanto, pode ser ainda maior, já que a empresa pretende criar outra rota em dezembro. Para isso, depende de autorização da Agência Nacional de Aviação.
Segundo o diretor comercial de Planejamento e Marketing da Passaredo, Ricardo Cagno, o novo trajeto será "tanto excelente para o executivo quanto para o turismo", destacando que o voo sai no início da manhã e retorna à noite. "Essa expansão atrai novas empresas e aumenta a concorrência, que é natural e sadia", disse.
Ampliação
A ampliação no número de frequências semanais disponíveis no aeroporto acirrou a concorrência entre as empresas aéreas, que já fazem promoções para atrair clientes, com passagens a partir de R$ 29.
De acordo com especialistas em mercado, a tendência é que, além de mais opções de voos, a qualidade nos serviços prestados melhore e os valores das passagens fiquem mais acessíveis. Essa é a opinião da economista Rosalinda Pimentel, especializada em economia regional.
"A chegada de novas empresas será benéfica ao consumidor, que ganha em opções, qualidade e preços menores."
Os passageiros que embarcam e desembarcam frequentemente no Leite Lopes encaram de forma positiva a expansão no total de voos. O assessor parlamentar André Toffetti, 25 anos, que voa para São Paulo com frequência, é um dos entusiastas da mudança. "Tudo fica mais fácil. Há mais opção de horário, tarifas mais econômicas, além de claro sinal de desenvolvimento regional", informa.
Números
A ampliação do número de voos pode ser explicada pelo fluxo de passageiros no Leite Lopes. Segundo dados oficiais do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp), a cidade registrou, em setembro, o maior fluxo de passageiros para o mês desde 2000, quando o levantamento começou a ser fornecido. No total, 58.180 passageiros utilizaram o terminal em setembro.
Antes, o melhor desempenho para o mês havia ocorrido em setembro de 2000, quando 47.308 embarcaram ou desembarcaram no aeroporto Leite Lopes. Em 2010, o crescimento até setembro é de 42%, o que corresponde a 474.297. No mesmo período de 2009, o total ficou em 334.096. "A tendência é de aumento, especialmente com a chegada dos novos destinos", comenta o economista Antonio Moraes.


Fonte: DCI