Pilotos da TAP ameaçam com greve a um mês da Páscoa

Os pilotos da TAP e a administração da companhia aérea não se entendem quanto à valorização dos ganhos de produtividade negociados ao longo dos últimos cinco meses. Um impasse negocial que levou o Sindicato de Pilotos da Aviação Civil (SPAC) a convocar uma nova assembleia-geral para 10 de Março com um único ponto na ordem de trabalhos: "Análise e discussão do impasse no processo negocial de revisão do Acordo de Empresa dos pilotos da TAP e deliberação das medidas a tomar, incluindo o recurso à greve". A revisão do acordo de empresa referido na convocatória enviada no sábado, dia 27, para os cerca de 800 associados do SPAC deverá levar à actualização salarial dos pilotos.

A empresa não comenta a convocatória de uma nova assembleia geral (AG), alegando que "as negociações entre a TAP e o SPAC estão a decorrer dentro da normalidade e por parte da TAP há todo o empenho em chegar a um acordo". Fonte da companhia aérea defende que "só através do diálogo no interior da empresa é possível resolver os problemas internos da TAP".

Foi precisamente por estar a negociar a revisão do Acordo de Empresa que o SPAC recusou, há cerca de uma semana, o aumento salarial de 1,8% assinado entre a administração da TAP e os restantes sindicatos representados na companhia aérea.

O anúncio da AG surge uma semana depois de Hélder Raio Silva, presidente do SPAC, ter reconhecido numa entrevista ao Diário Económico que as negociações com a administração da TAP tinham entrado na fase "em que surgem divergências".

De acordo com o mesmo responsável existe já "um acordo preliminar" nas questões ligadas ao plano técnico da prestação e utilização dos pilotos, mas "falta encontrar um entendimento na forma como os pilotos vão ser compensados por um aumento de produtividade e é normalmente nessas fases que surgem as divergências".

A TAP já reconheceu que os ganhos de produtividade conseguidos na negociação do acordo de empresa seriam repartidos em partes iguais entre a empresa e os trabalhadores. O problema está na contabilização dos mesmos ganhos.

A assembleia-geral será antecedida de sessões de esclarecimento junto dos pilotos que irão decorrer ao longo desta semana. Um medida que foi tomada por ocasião da greve convocada em Outubro de 2007, devido ao aumento da idade da reforma dos pilotos, e antes da AG que determinou a greve da Portugália em Abril e Junho do ano passado. No primeiro caso, o SPAC avançou com seis dias de greve, três deles a tempo parcial, enquanto que a paralisação da PGA decorreu ao longo de 16 dias.

FONTE:DiarioEconomico.com