Novos voos podem fazer preços ´aterrissarem´

Empresas aéreas estreantes em trechos e destinos a partir de São Paulo, além de novos horários de voos, podem fazer com que as passagens caiam até 40%, segundo estimativa da Anac. Apenas neste ano foram criadas 13 opções

A entrada de novas empresas aéreas no mercado nacional vai reduzir em cerca de 40% o preço das passagens, segundo estimativa da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que regula o setor.

Somente nesse ano, mais 13 destinos passaram a ser oferecidos por quatro companhias em expansão: Azul, Trip Linhas Aéreas e Passaredo, além da Puma Air, que a partir do dia 29 de março passará a operar no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

A maioria dos voos parte desse aeroporto, cuja capacidade operacional foi recentemente adequada pela Anac. Agora, o viajante tem mais opções de companhias e horários para cidades como Brasília, Porto Alegre, Recife, Goiânia e Belo Horizonte. A aposta da Anac é que a concorrência maior resulte em tarifas mais baixas.

Mesmo que a empresa já ofereça voos para um determinado destino, ela pode criar novos horários, ocupando mais uma faixa de mercado, já que as companhias que passaram a operar nos aeroportos paulistas ainda têm limitações: muitas delas oferecem apenas um voo diário para alguns destinos.

A Webjet, por exemplo, adotou a estratégia de aumentar a oferta de horários para destinos como Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza e Porto Alegre que agora contam, no total, com sete novos voos.

O aumento da competição entre as empresas já começa a aparecer de forma prática. No ano passado, as tarifas baixaram quase 28% em 67 ligações (origem-destinos) domésticas monitoradas pela Anac.

"No caso de empresas estreantes, é natural que elas iniciem uma rota com preços agressivos, para ganhar mercado e, em alguns casos, esses preços podem cair até
40%", diz o diretor de Regulação Econômica e Acompanhamento de Mercado da ANAC, Marcelo Pacheco dos Guaranys.

Em levantamento feito pelo JT, quando comparadas com as menores tarifas cobradas pela TAM e Gol, o preço dessas empresas estreantes são, quase sempre, mais baixos. A diferença pode chegar a 30% quando se compara o menor preço de passagens oferecido pela Webjet e pela Gol para Brasília.

Em apenas dois casos as companhias que já operavam no trecho oferecem preços ainda mais agressivos: no voo da TAM para Fortaleza - cujas passagens são vendidas a partir de R$ 199, enquanto na Webjet são vendidas a partir de R$ 224 - e para Porto Alegre - enquanto a TAM vende passagens a partir de R$ 109, a Webjet oferece o bilhete por R$ 127.

Porém, há diferença entre as empresas em expansão. "Enquanto os preços de passagens aéreas oferecidos pela Webjet e Azul competem com companhias como TAM e Gol, companhias aéreas regionais, como Trip e Passaredo, competem com outras do mesmo mercado", explica o especialista Claudio Lucchesi.

Apesar de, em alguns casos, essas aéreas regionais voarem para o mesmo destino das nacionais por preços menores, a maior parte dos aeroportos onde operam não recebem voos das maiores.

Ainda assim, voos das companhias regionais também podem significar economia para o consumidor. A Trip, por exemplo, atua em parceria com a TAM em algumas situações. É assim com destinos turísticos, como Bonito (MS) e Fernando de Noronha (RN), com voos partindo de São Paulo.

"Isso permite ao viajante comprar uma passagem em São Paulo para Fernando de Noronha sem precisar contratar um pacote de viagem. Ele vai fazer a rota São Paulo/Natal em um avião da TAM e depois uma conexão para Fernando de Noronha com um avião da Trip.

Geralmente, essas passagens ficam 20% mais baratas do que se fossem compradas separadamente, e o
viajante não precisa se preocupar com atraso do voo, que pode fazer com que perca o segundo avião", diz Evaristo de Paula, gerente de marketing da Trip.

fonte: Jornal da Tarde por Marília Almeida