Os pilotos da TAP votaram na madrugada de ontem a favor de uma greve de seis dias, no período da Páscoa, que poderá trazer custos de 30 milhões de euros à empresa. Agências de viagens, operadores turísticos, hotéis e as famílias que planeiam viajar por essa altura também saem prejudicados neste diferendo entre os pilotos e a administração de Fernando Pinto, que já se arrasta desde 2009.
Os pilotos não aceitam as contas da companhia quanto aos ganhos potenciais de cinco milhões de euros estimados com a revisão do Acordo de Empresa e dos quais a administração está disposta a abrir mão de metade (2,5 milhões) para compensar a classe. Na prática, esta proposta resultaria num aumento de 5,4% das remunerações dos pilotos, a somar ao aumento salarial de 1,8% já acordado com os restantes trabalhadores.
Pelas contas do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), as alterações na utilização e prestação de trabalho já acordadas com a empresa irão gerar ganhos de produtividade de 21 milhões de euros. Ou seja, os pilotos contrapõem um valor de 10,5 milhões de euros a repartir pela classe, que resultaria num aumento superior a 10% nas remunerações, sem contar os 1,8% já citados. Isto depois de o Governo ter decidido alargar às empresas estatais o congelamento dos salários na função pública e quando os restantes trabalhadores da TAP terão de contentar-se com uma subida dos sa- lários de 1,8%, caso o Governo aceite abrir essa excepção para a transportadora aérea nacional.
De acordo com o comunicado do SPAC, os pilotos, reunidos em assembleia geral convocada pelo sindicato, desde as 14.30 de quarta-feira até às 00.30 de ontem, decidiram "rejeitar a proposta da administração relativa à compensação pelos ganhos de produtivi- dade dos pilotos, por ser objecti-vamente insuficiente, desequilibrada e discriminatória dos pilotos da TAP, face aos demais trabalhadores", numa moção aprovada por 70% dos presentes, tendo comparecido à reunião 65% dos pilotos da companhia aérea portuguesa.
Em relação ao processo negocial, a direcção do sindicato considera que "o impasse resulta do facto de a administração da TAP ter desvalorizado, de um modo inaceitável, as inúmeras concessões que solicitou ao SPAC, susceptíveis de reduzirem os custos operacionais, aumentarem a produtividade dos pilotos". E justifica o apelo à greve feito aos associados com a necessidade de "adoptar vigorosas medidas de sensibilização da administração da TAP para que esta assuma uma postura construtiva e responsável nas negociações".
Assim, até ao início da próxima semana, o SPAC deverá lançar o pré-aviso de uma greve que se inicia dia 26, estendendo-se até ao último dia do mês. Ou seja, começa um dia antes do fim-de-semana anterior à Páscoa e termina na véspera da Quinta-Feira Santa, afectando os voos dos portugueses que querem sair para férias e as chegadas dos turistas estrangeiros ao País.
Numa altura em que o transporte aéreo começa a dar "sinais de recuperação" e sendo a Páscoa o primeiro período do ano "em que há a expectativa de receber fluxos importantes de turismo", esta greve dos pilotos "vai colocar a TAP numa situação muito difícil, sendo também muito negativa para o País", afirmou o porta-voz da companhia. António Monteiro considera também que um historial de greves não é "nada favorável para uma empresa de transporte aéreo", que deve transmitir confiança aos operadores. A companhia garante, no entanto, que tudo fará para minimizar os incómodos que resultarão para os passageiros com esta paralisação, estando os serviços operacionais já a "estudar alternativas", disse ainda ao DN António Monteiro.
FONTE:Diário de Notícias - Lisboa
Greve dos pilotos na Páscoa custa 30 milhões à TAP
About Grupo12Horas.Aérea -
Author Description here.. Nulla sagittis convallis. Curabitur consequat. Quisque metus enim, venenatis fermentum, mollis in, porta et, nibh. Duis vulputate elit in elit. Mauris dictum libero id justo.