Aeroporto da Pampulha espera há sete anos por obras

Em 2003, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) iniciou uma série de obras em terminais aéreos brasileiros.

Na época, prometeu investir R$ 140 milhões em melhorias estruturais no Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, ou aeroporto da Pampulha, o mais velho de Belo Horizonte, inaugurado em 1933 para atender o Correio Aéreo Militar.

Passada quase uma década, os trabalhos já foram concluídos em pelo menos 18 terminais, entre eles o Santos Dumont, no Rio de Janeiro; e Congonhas e Garulhos, em São Paulo.

Mas, o prometido para dar mais segurança operacional e conforto aos passageiros na Pampulha não foi cumprido. Da mesma forma, o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana, não aparece na lista dos beneficiados com recursos da Infraero e espera o investimento de R$ 144 milhões anunciado em 2008.

Importante passo para resolver os problemas de Confins poderá ser dado nesta quinta-feira, quando o presidente da Infraero, Murilo Marques Barboza, se reúne com o governador Aécio Neves (PSDB) na Cidade Administrativa.

Eles vão assinar um acordo de cooperação para obras de infraestrutura no aeroporto internacional. No encontro será decidido quanto sevai ser aplicado.

Já em relação a investimento no terminal da Pampulha, a empresa sequer sabe informar se haverá ou não, porque as obras que estavam previstas para começar no primeiro semestre de 2003 não foram executadas.

Mesmo assim, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) derrubou a Portaria 993, de 2007, que proibia voos comerciais com aeronaves com mais de 50 assentos no aeroporto.

A medida permite agora pousos e decolagens de aviões de médio e grande portes na Pampulha.

Os R$ 140 milhões prometidos pela Infraero seriam usados na construção de mais dois andares no aeroporto da Pampulha, que passaria a ter quatro pavimentos, possibilitando a ampliação das salas de embarque e desembarque e melhorias em toda a estrutura, incluindo banheiros, lanchonetes, balcões de check-in e sala de espera.

Para mais segurança nos pousos e decolagens, seriam instalados equipamentos que permitem aos pilotos verificar a direção da pista e o ângulo de descida, radares e instrumentos luminosos que sinalizam a aproximação de aeronaves.

Também seriam criados pista para taxiamento aéreo e estacionamento de aviões. "Foi cogitada a construção de edifício-garagem na praça (Bagatelle) em frente ao aeroporto, o que abriria mais vagas para vaículos", disse o deputado Fábio Avelar (PSC).

Ele presidiu a Comissão Especial dos Aeroportos criada em 2003 na Assembleia para acompanhar a aplicação dos recursos.

Confins à espera de obras

Enquanto Pampulha espera o cumprimento da promessa da Infraero, outros aeroportos com estrutura semelhante foram contemplados com investimentos.

No Santos Dumont, houve reforma e ampliação do terminal de passageiros, do sistema de pistas e pátios.

Em Congonhas, reforma e modernização do espaço para passageiros, sistema viário, pátio de aeronaves e recuperação do pavimento da pista principal. No de BH foram feitas apenas pequenas reformas nos banheiros, teto e piso do hall.

"Nada de substancial foi feito na Pampulha. O valor anunciado em 2003 seria insuficiente para uma estrutura que atenda a demanda regional depois que os 170 aeroportos do interior de Minas estiverem operando, em 2011, ainda mais se aviões maiores voltarem para lá", afirmou Fábio Avelar.

A Anac informou que o movimento na Pampulha não será alterado até que sejam feitos estudos sobre a capacidade operacional do aeroporto, que apontará quais intervenções serão necessárias para melhorar a estrutura para pouso e decolagem de grandes aviões, embora a maioria das empresas que poderão operar na Pampulha não tenha aparelhos com capacidade acima de 100 passageiros.

fonte: Uai por Ernesto Braga - Estado de Minas