Um instrutor de para-quedismo confirmou hoje ter sido obrigado, com um colega, a saltarem do avião junto ao aeródromo de Tires por um homem armado, antes de o aparelho se ter despenhado, num caso em investigação pela PJ.
Hélder Sousa recordou hoje, em declarações à agência Lusa, a viagem de sexta feira entre o aeródromo de Évora e o de Tires, em Cascais, onde o homem que empunhava a arma acabou por se suicidar com um tiro na cabeça após a queda do avião.
Forçados a saltar, depois de o homem, alegadamente um ex-militar do Exército, lhes ter ordenado que 'ou saltam já ou dou um tiro em cada um', os dois instrutores de para-quedismo 'tentaram' a sua 'sorte', apesar de não terem 'altitude suficiente'.
'Temos de saltar que ele vai dar-nos um tiro', disse Hélder de Sousa para o seu colega, o romeno Marius Duta.
A viagem começou no aeródromo de Évora, quando o homem, desconhecido dos instrutores de para-quedismo, fretou o avião para um serviço de fotografia aérea.
Na altura, uma viatura, que alegadamente foi utilizada pelo homem, ardeu totalmente no aeródromo de Évora, supostamente depois de ter explodido e quando o avião já tinha descolado.
O mesmo homem estará também relacionado com uma tentativa de homicídio, horas antes, em Fortios, perto de Portalegre.
O homem terá atingido a tiro um ex-vizinho, de 59 anos, que sofreu ferimentos na face e no braço esquerdo.
O caso está a ser investigado pela Polícia
Judiciária, que procede atualmente a exames [de perícia] para 'comprovar as teses que são apresentadas”, disse hoje à Lusa uma fonte da PJ, escusando-se a avançar mais pormenores sobre o caso.
Na viagem, segundo a versão de Hélder Sousa, o homem, que seguia no lugar do copiloto, alegou que queria ir a Tires 'buscar mais equipamento fotográfico'.
'Pediu-me uma mala que estava na parte de trás do avião e, depois, quando me virei ele já estava com uma pistola na mão e mandou-nos saltar', recordou Hélder Sousa.
Apesar de alegarem que não tinham altura suficiente para saltar, os dois instrutores de para-quedismo 'tentaram a sorte', quando se aproximavam do aeródromo de Tires.
Segundo a versão de Hélder Sousa, o piloto do avião, de nacionalidade sueca, 'conseguiu sacar o revólver', depois de 'lutar' com o homem no interior do aparelho.
'O piloto ainda desligou a turbina e cortou o combustível, Conseguiu fazer os mínimos para sobreviver, antes de o avião de despenhar', disse.
Quando o aparelho caiu junto ao aeródromo de Tires, o piloto fugiu e levou o revólver mas, segundo Hélder Sousa, o ex-militar transportava também uma carabina e suicidou-se.
O avião que se despenhou era um PAC 750 XL de origem australiana e matrícula alemã, segundo o diretor do Aeródromo Municipal da Évora, Lima Bastos.
Fonte:Correio do Minho