A mais nova maravilha tecnológica da aviação voou pela primeira vez há dois dias, nos Estados Unidos. A grande novidade é tentar fazer com que os passageiros a bordo se sintam bem próximos do chão. Em um lugar com tanta tecnologia por metro quadrado o trabalho é artesanal. O Boeing 787 Dreamliner tem o jeitão de um pássaro, e foi apresentado como um elemento revolucionário na aviação.
A fuselagem é o que chama atenção primeiro: 50% são compostos de fibra de carbono, e 20%, de alumínio - algo inédito. Isso significa que o Dreamliner é bem mais leve. Por isso, usa uma quantidade menor de combustível e polui menos.
Um diretor da companhia levou o “Jornal da Globo” a um passeio por uma réplica do avião. Assim foi possível conhecer o que muda para o passageiro.
“Os materiais compostos não corroem, não ficam fatigados, como acontece com o alumínio. Isso nos permite colocar mais pressão e mais umidade na cabine de passageiros”, afirmou o diretor da Boeing, Ken Price.
Pressurização
Nos aviões atuais, a pressurização faz com que o passageiro se sinta em uma altitude de 2.400 mil metros. É mais ou menos como caminhar pela cidade de Bogotá, na Colômbia.
O 787 pode simular uma altitude menor: 1.800 metros, e uma cabine mais bem pressurizada é melhor para o corpo humano.
“A baixa pressão pode causar rigidez muscular e dores de cabeça. Então, nós fizemos muita pesquisa para escolher a pressão e o nível de umidade ideais”, disse Ken Price.
Janelas
Há tecnologia também nas janelas. Não por causa do tamanho - elas são bem maiores e dão a sensação para o passageiro de mais espaço -, mas pela intensidade de luz dentro da cabine. O passageiro faz o controle apertando apenas um botãozinho. Ela não tem aquela tradicional tapadeira. São janelas feitas com vidros fotocromáticos, que ficam escuros quando recebem muita luz.