A proposta da empresa é iniciar a produção em dois anos, com 400 empregados diretos para produzir anualmente 120 aviões. “Em toda a cadeia produtiva, devem ser gerados cerca de 1.500 empregos”, explica o presidente da Novaer Craft, Graciliano Campos. “No pico da produção, que deve ser atingido em três anos, decolarão do aeroporto Correia Pinto, de Lages, uma média de uma aeronave a cada três dias”, explicou o presidente da SCPar e secretário-executivo de Assuntos Estratégicos, Paulo César da Costa.
A SC Participações e Parcerias (SCPar) será sócia no empreendimento, com uma participação que atinge R$ 15 milhões, repassados gradativamente de acordo com os investimentos da Novaer no Estado. A ideia é que a instalação da empresa seja uma espécie de âncora para o início de um polo tecnológico aeroespacial em Santa Catarina. Atraídas pela demanda por peças e outras soluções tecnológicas, outras companhias do setor acompanhariam a paulista. Além da SCPar, serão parceiros importantes do desenvolvimento do polo, outros órgãos estaduais, como a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). "O Estado reúne as condições ideias de estrutura, mão de obra qualificada e iniciativa empreendedora necessárias para o desenvolvimento dos nossos produtos", resumiu o presidente da Novar.
“Vejo que a busca do pioneirismo e da modernização, tanto social como no empreendedorismo, é aqui uma política de Estado. Esse é o espírito que tanto queremos para todo o Brasil”, disse o ministro da Ciência e Tecnologia, que ofereceu o apoio da empresa estatal Financiadora de Empresas e Projetos (Finep), para a instalação da infraestrutura da Novaer em Santa Catarina. A Finep já foi parceira da empresa no desenvolvimento do protótipo.
O protótipo da aeronave T-Xc terá duas versões - uma para transporte civil de 4 lugares e outra militar de 2 lugares para treinamento de novos pilotos - e deve estar pronto em abril de 2013. A certificação para poder comercializar, concedida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e pela Aeronáutica no caso da versão militar, devem levar cerca de dois anos para serem concedidas pelos órgãos competentes. Cada aeronave tem o custo de US$ 700 mil e o faturamento anual da empresa deve ser de cerca de US$ 40 milhões.
Assim que tiver os protópipos certificados, a Novaer Craft inicia a produção, correspondente a cerca de 5% do mercado nacional (120 aeronaves), que é o segundo maior do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. De acordo com o presidente da empresa, a tecnologia da aeronave, produzida inteiramente em fibra de carbono, será uma das mais modernas do mundo, o que lhe garante competitividade inclusive no mercado internacional.
Hoje, a empresa de São José dos Campos já produz trens de pouso para o mercado nacional e também para exportação. “Nossa empresa é fruto do investimento que foi feito no polo de São José dos Campos desde 1940. Somos a segunda geração dessa iniciativa”, disse o presidente Graciliano Campos, que teve 24 anos de experiência dentro da Embraer e afirmou que os outros membros da diretoria também tem o mesmo nível de experiência no setor de aviação. “Esperamos ter aqui em Santa Catarina um cenário muito parecido com o que ocorreu no município, que cresceu vertiginosamente acompanhando o desenvolvimento da Embraer”, disse o governador.
Também acompanharam a assinatura do protocolo de intenções, o senador Luiz Henrique da Silvera, o presidente da Finep, Glauco Arbix; o reitor da Udesc, Antonio Heronaldo de Sousa; o presidente da Fapesc, Sérgio Gargioni; e o presidente da Fiesc, Glaco Corte. O presidente da Fiesc lembrou a iniciativa da entidade de, há três anos, iniciar a formação de especialistas em mecânica de aeronaves, por meio do sistema S, e disse que a Fiesc continuará sendo parceira do desenvolvimento desse setor de ponta.
As informações são"O Momento".Sempre é citado o link de referência. O conteúdo é de Responsabilidade:Karina Souza Santos