Infraero investirá até R$ 6,4 bi para preparar-se para a Copa

Com previsão de concluir todas as obras para qualificar os 16 aeroportos brasileiros até o fim de 2013, a Infraero pretende investir R$ 6,4 bilhões para atender à demanda de passageiros na Copa do Mundo de 2014.

Dentre os investimentos, o Aeroporto Internacional de Cumbica (SP) terá o maior aporte, R$ 1,2 bilhão, que será dividido entre reformas de pistas e pátios, terminal de passageiros e a implantação de Módulos Operacionais, conhecidos por "terminais provisórios".

A estimativa da Infraero é de que, com a elevação da demanda na Copa, mais de 28,7 milhões de passageiros transitem pelos 16 aeroportos nos meses de junho e julho de 2014, o que corresponde a um aumento de 69% em relação aos 17 milhões registrados em junho e julho deste ano.

Entre os projetos e obras previstos, sete aeroportos estão preparando os editais de futuras licitações de obras: Viracopos (SP), Cumbica (SP), Salvador (BA), Salgado Filho (RS), Curitiba (PR), Marechal Rondon (MT) e Confins (MG). A estatal, no entanto, não soube precisar quando os editais serão lançados.

Outros quatro aeroportos estão se preparando para receber os "terminais provisórios". Apenas em Cumbica serão instalados três desses Módulos Operacionais a custo de R$ 59,5 milhões; os demais serão localizados no Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek (DF), no de Viracopos e no Marechal Rondon. Segundo a Infraero, esses módulos são uma solução de engenharia utilizada em aeroportos de vários países e também em grandes eventos ou para atender demandas específicas.

Dos R$ 6,4 bilhões que serão investidos em obras aeroportuárias, 60% virão de recursos próprios da estatal, e os restantes R$ 2,5 bilhões, de aportes da União. Segundo o diretor de Engenharia e Meio Ambiente da Infraero, Jaime Parreira, os 16 aeroportos das 12 cidades-sede são responsáveis por 83% do tráfego aéreo brasileiro, e somente o aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, não possui gargalos.

"Dos 16 aeroportos para a Copa, 15 apresentam problemas. Guarulhos, por exemplo, registra deficiências no pátio de manobra dos aviões e no terminal de passageiros nas horas de pico, e, se nada for feito, a pista não atenderá ao aumento da demanda em 2014", afirmou ele.

Segundo o superintendente do Galeão, André Luis Marques, a expectativa é ampliar a capacidade de processamento de passageiros dos atuais 15 milhões por ano para 20 milhões, já em 2012. "O Galeão ainda tem capacidade para receber mais passageiros. Mesmo assim, iremos investir mais para nos adequarmos às futuras demandas", comentou ele.

Maiores gargalos

Dentre todas as prioridades de investimento nos próximos 4 anos, Jaime Parreira destacou as obras no aeroporto de Cumbica como essenciais. "Guarulhos registra deficiências no pátio de manobra dos aviões e no terminal de passageiros nas horas de pico e, se nada for feito, a pista não atenderá ao aumento da demanda em 2014", comentou Parreira.

O Aeroporto Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília (DF), será o segundo a receber mais investimentos (R$ 748 milhões), seguido por Viracopos, com R$ 742 milhões; pelo Galeão, com R$ 687 milhões; e pelo Aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RS), para cuja construção a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) recentemente lançou as minutas do edital e do estudo de viabilidade.

O aeroporto custará R$ 650 milhões e será administrado pela iniciativa privada, com contrato de 28 anos, contando os três anos de construção.

A Infraero destacou que os aeroportos de Congonhas, da Pampulha (MG) e o Santos Dumont (RJ) não estão listados entre as prioridades porque o governo federal entendeu que a estrutura existente atende à demanda projetada até 2014. Mesmo assim, o superintendente do Aeroporto de Congonhas, Carlos Haroldo Novak, afirmou que já existe um estudo para ampliar as posições de check-in de 80 para 100, além da construção de uma nova torre de controle que custará R$ 14 milhões.

"Essa melhoria na área de check-in tem como objetivo gerar mais conforto e agilidade para os passageiros", comentou.

O temor de que aconteça um forte gargalo nos aeroportos brasileiros por causa da Copa do Mundo no Brasil e sua implicação para a imagem do País fez com que a Infraero adiantasse o plano de investimento de R$ 6,4 bilhões a serem aplicados nos próximos quatro anos. Haverá expansão e melhoria dos 16 principais aeroportos brasileiros, que atenderão as 12 cidades-sede dos jogos.

O cálculo da estatal é que esse valor atenda 28 milhões de passageiros em junho e julho de 2014, número 69% maior do que o visto no mesmo período deste ano. A meta para a conclusão das reformas é o final de 2013, e o destaque dos aportes ficará com Cumbica, em Guarulhos (SP), que receberá R$ 1,2 bilhão para reformas e construção de três terminais provisórios.

Depois de Cumbica, segundo o diretor de Engenharia e Ambiente da Infraero, Jaime Parreira, a atenção é voltada ao aeroporto de Brasília, que receberá R$ 748 milhões, seguido do de Viracopos, com R$ 742 milhões.

fonte: Daniel Popov/DCI