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TAP melhora rentabilização da operação

Os poucos dados divulgados hoje pela TAP, que ao contrário das empresas líderes da aviação não publica um balanço com os indicadores essenciais, indicam que a companhia até conseguiu do lado da receita uma melhoria da rentabilização da operação e que essa melhoria veio de ter os aviões a voarem mais cheios e não pelo preço.
A TAP teve no primeiro semestre um crescimento do tráfego (em RPK = passageiros x quilómetros, unidade mais utilizada na aviação) em 15,2% com uma operação (em ASK = lugares x quilómetros) que foi apenas 4,2% maior.
Desta forma, os voos estiveram significativamente mais cheios, com a taxa de ocupação média a passar de 64,4% no primeiro semestre de 2009 para 71,2% este ano, e por esta via provavelmente aumentou a receita unitária, ou seja o que a companhia recebe por unidade de transporte colocada no mercado.
A TAP indicou que a sua empresa do transporte aéreo de passageiros e carga teve 972,6 milhões de euros de proveitos operacionais (sem especificar valores de receitas de passagens e carga), em alta de 7,7% em relação ao ano passado, ou seja, com um crescimento superior ao da operação (+4,2%).
O aumento mais forte dos proveitos operacionais traduz, assim, uma subida da receita operacional média por unidade de transporte colocada no mercado, na ordem dos 3,4%.
No entanto, esse aumento da rentabilização da capacidade terá decorrido apenas via melhoria da taxa de ocupação, uma vez que a receita operacional média por passageiro x quilómetro baixa, na ordem de 6,5%.
De facto, tanto o transporte de passageiros como o transporte de carga, ao cresceram respectivamente 15,1% e 36,3%, tiveram aumentos da procura muito superiores ao crescimento dos proveitos operacionais (+7,7%).
O que estes dados indiciam é que a companhia terá uma queda do yield, designadamente no transporte aéreo de passageiros, que é a actividade com mais peso nas receitas operacionais.
Esta queda, por um lado terá sido recuperada via subida da ocupação dos voos e, por outro, não traduz necessariamente queda de preço, uma vez que o yield tende a diminuir quando aumenta a etapa média dos voos e o crescimento da procura se fez principalmente nos voos de longo curso, nos quais em média o preço que os passageiros pagam por quilómetro percorrido é menor do que nas linhas de curta e média distância.
Essa tendência de maior peso do longo curso transparece quando a TAP refere que teve um aumento do número de passageiros transportados no primeiro semestre em 5,7%, para 4,073 milhões, mas nas linhas do Brasil e de África os crescimentos foram em 33,5% e em 12,3%, respectivamente.

Fonte: PressTur

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