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Ozires Silva fala sobre a construção do avião Bandeirante. Assista o vídeo

Ozires Silva, coronel da Aeronáutica e engenheiro de 83 anos e corpo franzino é, na verdade, um gigante. Dono de um espírito empreendedor sem limites, possui um currículo admirável: contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da indústria aeronáutica brasileira, ajudando a criar a Embraer e projetando e construindo o avião Bandeirante. Também presidiu a Varig, a Petrobras e foi ministro de Infraestrutura. Atualmente, é reitor do Unimonte e preside o Conselho Administrativo da Anima Educação.

Apesar de sua reconhecida importância para a história do Brasil, Ozires me lança um desafio ao final de nosso encontro: “Mais do que falar de minha trajetória, faça uma matéria instigante, que permita às pessoas entenderem que a chama do empreendedorismo está na capacidade de inovar”. Ozires é um homem curioso, questionador e dono de um raciocínio rápido. “Já parou para pensar se daqui a 20 anos as pessoas estarão usando uma caneta esferográfica? O que será que vai substituir esta caneta? O que substituirá os óculos? Será que daqui a alguns anos continuaremos tomando remédios na forma de comprimidos ou cápsulas? Será que o Brasil, país com a maior biodiversidade do planeta, não desenvolverá alimentos que substituam os medicamentos?” Ozires é assim, uma usina de ideias.


VIRAR O JOGO

Existe receita para o empreendedor brasileiro? Sim, segundo ele: “O mundo está cheio de desafios, então não faça nada igual ao seu vizinho: inove”. Questionador, coloca o dedo na ferida e diz que das dez profissões mais procuradas atualmente, seis não existiam no ano 2000. “O Brasil não termina nas praias de Santos. Talvez termine na China”, brinca,
referindo-se à enorme quantidade de produtos estrangeiros que circulam em território nacional. “Os produtos chineses, coreanos e japoneses estão aqui, mas os nossos não estão lá. Com exceção da Coreia do Sul, cujo presidente possui um avião da Embraer”.

Nesse momento, solta uma risada gostosa. “Omundo não émais nacional, é global”. Sobre empreendedorismo e globalização, acredita realmente na expressãovirar o jogo. “Podemos participar mais deste processo através da educação. Somente por este caminho poderemos mudar o mundo e fazer com que ele seja favorável a nós, brasileiros”.

Ele ressalta que os empreendedores não são seres especiais, mas sim pessoas comuns. “Qualquer um pode inovar, temos um mundo excitante à nossa frente. A palavra-chave é planejamento. Só não podemos ser surpreendidos pelo futuro”. Claro que é preciso um pouco de sorte: “Acho que quando cursei o Instituto Tecnológico de Aeronáutica
(ITA), no fim dos anos 50 – tenho uma milhagem alta – eu estava no lugar certo e na hora certa. Se Einstein tivesse nascido no interior da África, não teria sido o físico que conhecemos”.

FAZER A DIFERENÇA

Mais do que sorte, Ozires fez a diferença no processo de criação do avião Bandeirante, nos anos 60. Com o corpo de engenheiros do ITA reunido, lançou a questão: criar um produto diferente de tudo o que já existia. Então surgiu a luz: “Em um momento em que a indústria aérea mundial apostava em aviões grandes, a jato, descobrimos o avião diferente, de médio porte. E o melhor mercado do mundo para a aviação, os Estados Unidos, comprou a ideia de uma aeronave menor, nem tão confortável, mas que levava as pessoas de uma pequena cidade para outra, em segurança”.

Com larga experiência no campo da aviação, Ozires repete hoje a mesma frase de alguns anos atrás, durante uma visita a Santos: “Você está diante de um cara espantado. Como vocês, da Baixada Santista, podem viver sem aeroporto”? E segue questionando: “Por que aeroporto tem que ser federal? Temos que tomar a iniciativa”. A questão da mobilidade é inerente ao criador do avião Bandeirante e da terceira maior empresa aérea do mundo, a Embraer, que fabrica e opera em mais de 90 países, com engenheiros brasileiros.

“Mobilidade é fundamental, as pessoas têm que se deslocar. Hoje reclamam das 12 horas de viagem entre São Paulo e Paris, mas antes este percurso durava até dois meses, de navio”.
O espírito crítico continua presente. Com a autoridade de quem já presidiu as duas entidades, diz que a Petrobras vive momentos difíceis principalmente por conta de interferências políticas. “Quando estive à frente da Embraer, nunca o Ministério da Aeronáutica me impôs um funcionário. Já o Ministério de Minas e Energia trata a Petrobras como a sua cozinha”.



As informações são"http://www.atribuna.com.br/cidades/ozires-silva-fala-sobre-a-constru%C3%A7%C3%A3o-do-avi%C3%A3o-bandeirante-assista-o-v%C3%ADdeo-1.364811".Sempre é citado o link de referência. The information is "" Is always quoted the reference link.

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