Minutos depois da decolagem, começa a movimentação na cozinha da aeronave da Avianca. Num voo praticamente lotado da ponte aérea, alguns passageiros abrem a mesinha e logo os comissários de bordo aparecem com dois carrinhos de serviço. Naquele dia, o café da manhã consiste em sanduíche quente de queijo branco, salada de frutas e um novo leite fermentado da Danone, além de bebidas quentes e frias. Enquanto as bandejinhas são distribuídas aos passageiros, o chefe de cabine aciona o sistema de som para fazer propaganda do produto da Danone, ressaltando os lactobacilos vivos e suas propriedades funcionais, com uma voz empostada, mas que em nada lembra os locutores de rádio. No voo de volta, o mesmo ritual se repete. Dessa vez, o produto alvo é o hidratante Vasenol, da Unilever, que anunciou o reposicionamento da marca no mercado brasileiro neste ano.
Iniciada em 2013, a publicidade feita ao vivo pela tripulação para produtos servidos em voos da Avianca ainda pouco contribui para o resultado financeiro da companhia aérea, mas demonstra o empenho da empresa em achar novas formas de rentabilizar suas operações. “Hoje, está mais como um teste da logística, se atrapalha ou não. O mais importante não é o faturamento que vamos ter: é que não seja um desserviço para o passageiro”, ressaltou o presidente da Avianca Brasil, José Efromovich.
A intenção inicial da companhia foi oferecer um diferencial aos seus clientes, por meio de pequenos “mimos” como chocolates e iogurtes. A adoção do merchandising em larga escala nos voos da empresa ainda vai depender da resposta dos passageiros e de uma análise mais detalhada de logística e de custos.
Gerente de Marketing de Skin Care Brasil da Unilever, Carolina Riotto informou que a empresa pretende repetir iniciativas semelhantes à divulgação do Vasenol em voos comerciais . “Acreditamos que o momento que as pessoas têm durante o voo é a ocasião perfeita: elas param e prestam atenção em algo que pode passar despercebido na correria do dia a dia, como o ressecamento de suas peles, por exemplo”, justificou Carolina. “Esse fato fica ainda mais em evidência devido ao tempo em que os passageiros ficam expostos ao ar-condicionado dentro do avião”. O intuito da iniciativa de marketing foi gerar entre os consumidores o conhecimento da nova linha de hidratantes Vasenol.
Em relação à estratégia comercial da Avianca, Efromovich frisou que a companhia não vai recorrer a uma guerra de preços com as concorrentes para ganhar mercado. “Somos de paz e amor”, ironizou o executivo, destacando que a taxa média de ocupação nos voos da companhia é a mais alta do mercado nacional, superior a 80%.
Os esforços para se diferenciar positivamente da concorrência, principalmente em termos de pontualidade e serviço de bordo, começam a dar resultados concretos neste ano. A Avianca deve fechar 2013 com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização)positivo pela primeira vez em seus 14 anos de existência. “[Será] muito baixo, muito pequeno, mas neste ano já vamos dar um Ebitda positivo, sim”, disse o presidente da aérea. Para o próximo ano, as perspectivas também são positivas na análise de Efromovich: “Acreditamos que no próximo ano, o nosso 15º, vai ser com resultado positivo, finalmente.”
Os planos de renovação da frota incluem a substituição até junho do próximo ano dos últimos Fokker MK28, mais conhecidos como Fokker 100, por aeronaves novas da fabricante européia Airbus. A padronização tem a finalidade de reduzir custos operacionais.
As informações são"
http://economia.ig.com.br/empresas/2013-12-12/avianca-testa-publicidade-acima-das-nuvens.html".Sempre é citado o link de referência.
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Denilson Pereira