A Nasa chega aos 55 anos nesta segunda-feira. De pequeno passo em pequeno passo, a agência espacial americana comemora saltos gigantescos em seu passado. Hoje, porém, não há orçamento para grandes celebrações: as conquistas que encantaram, assombraram e elevaram a humanidade perderam relevância em um cenário de retração econômica que limita o alcance de um nome associado a feitos impossíveis e inspiradores.
Escorada na disputa política com a União Soviética, a decolagem da Nasa foi fulminante. Até a conquista da Lua, em 1969, a calculadora passava longe das preocupações de seus cientistas. Assim, em uma década, inverteu o domínio espacial, ampliou o escopo da perspectiva humana e assumiu a predominância científica na área. Para isso, gastou tanto quanto foi necessário.
Mas o dinheiro não acompanhou a mudança de foco da política para a ciência. Em 1966, por exemplo, a Nasa recebia 4,4% do orçamento federal dos Estados Unidos. Em 2012, com a Guerra Fria a anos-luz de distância, teve direito a menos de 0,5% da receita total, US$ 17,7 bilhões, o equivalente à metade dos valores captados anualmente entre 1964 e 1966.
Uma sequência de reduções nos últimos anos, motivada pela crise econômica e pela opinião pública, obrigou a agência a brecar investimentos em ciências, exploração e operações espaciais - as três maiores áreas em valores aplicados. Seu orçamento, que era de US$ 18,4 bilhões em 2011, caiu no ano seguinte para US$ 17,8 bilhões. Em 2013, a agência recebeu US$ 16,9 bilhões. Com isso, reduziu drasticamente suas atividades em educação - paradoxalmente, uma das iniciativas que poderiam verter a opinião pública em seu favor.
Para 2014, o projeto de lei de dotação orçamentária em tramitação no Congresso dos EUA prevê que a Nasa receba US$ 300 milhões a menos do que no exercício atual. Os números foram divulgados no início de julho, dando início a debates que envolvem a Câmara, o Senado e a Casa Branca.
Frequentemente atuando como mera espectadora do processo, a agência decidiu se pronunciar - na opinião de um de seus principais executivos. David Weaver, diretor adjunto do Departamento de Comunicações da Nasa, externou em seu blog, em 17 de julho, a profunda preocupação com o projeto de lei em análise. "Esta proposta desafia a superioridade da América na exploração do espaço, tecnologia, inovação e descoberta científica", escreveu.
Weaver declarou especial receio quanto ao corte no financiamento para a recém-criada divisão de tecnologia espacial, a Space Technology Mission Directorate, que se dedica à obtenção de novas e não testadas tecnologias para uso em missões espaciais da agência.
Cenário
É nesse cenário, com a calculadora na mão, que a Nasa busca manter e incrementar seus projetos de pesquisa e exploração espacial. Para a doutora em Astronomia Duilia Fernandes de Mello, tais programas ainda não estão realmente ameaçados. Pesquisadora associada da Nasa e professora da Universidade Católica da América, em Washington, Duilia diz que a agência norte-americana lidera as atividades espaciais mundiais e vai demorar para que qualquer outro país alcance o que ela já fez e ainda faz.
É nesse cenário, com a calculadora na mão, que a Nasa busca manter e incrementar seus projetos de pesquisa e exploração espacial. Para a doutora em Astronomia Duilia Fernandes de Mello, tais programas ainda não estão realmente ameaçados. Pesquisadora associada da Nasa e professora da Universidade Católica da América, em Washington, Duilia diz que a agência norte-americana lidera as atividades espaciais mundiais e vai demorar para que qualquer outro país alcance o que ela já fez e ainda faz.
"Os cortes orçamentários foram feitos há pouco tempo, então, não se sabe o impacto disto no futuro. As missões espaciais são planejadas com muita antecedência, e as maiores missões continuam sendo construídas. A Nasa não cancelou nenhuma missão de impacto", pondera.
As informações são"Terra ".Sempre é citado o link de referência. O conteúdo é de Responsabilidade:Denilson Pereira