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Imprensa argentina diz que Embraer teria confirmado propina


Em meio a uma escandalosa denúncia de corrupção que aponta um empresário ligado à presidente Cristina Kirchner e seu marido falecido, o ex-presidente Néstor Kirchner, a brasileira Embraer voltou a aparecer na imprensa argentina como um dos inúmeros casos de operações suspeitas no país.
A companhia teria confirmado à Securtity Exchange Comission (SEC), dos Estados Unidos, equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que pagou propinas em três países para vender seus aviões, sendo um deles a Argentina. 
A informação foi publicada no domingo, em um artigo do colunista do jornal La Nación Joaquín Morales Sola.

Segundo o colunista, no final de março a Embraer informou à SEC que ampliou sua investigação interna e confirmou o pagamento de propinas.Nesta segunda, os jornais La Nación e Clarín ampliaram o assunto.
A assessoria de imprensa da Embraer disse ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, que "refuta categoricamente as acusações sobre qualquer irregularidade no processo de venda de aviões à Austral Líneas Aéreas".
Em nota, a Embraer disse que "lamenta não ter sido procurada pelos autores das reportagens e, portanto, não tenha tido a oportunidade de contestar as inverdades publicadas".

A questão envolve a venda, em maio de 2009, de 20 aeronaves E-190 para a reestatizada Aerolíneas
Argentinas e Austral, por US$ 698 milhões.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou 85% da operação. Em setembro do mesmo ano, a Justiça argentina abriu um processo para investigar o contrato, junto com outras 24 denúncias de negócios suspeitos envolvendo o ex-secretário de Transporte da Argentina, Ricardo Jaime, demitido três meses antes.

Na época, o juiz federal Sérgio Torres expediu um mandato de busca e apreensão na sede da Aerolíneas Argentinas, com base em uma denúncia anônima, e apreendeu documentos que reforçaram a suspeita de superfaturamento de 10% na compra dos aviões.
Os investigadores encontraram nos computadores dos diretores da Aerolíneas um memorando técnico desaconselhando a compra das aeronaves por causa dos preços mais elevados.
Segundo a secretaria de Transportes, "o valor unitário de compra é de US$ 30,5 milhões", aos quais foram somados "US$ 4,4 milhões referentes aos opcionais de fábrica para maior comodidade aos passageiros".

O custo final de cada avião ficou em US$ 34,9 milhões, enquanto o preço do mercado, segundo analistas, girava em torno de US$ 29 milhões.
A denúncia anônima dizia que o principal assessor de Jaime, Manuel Vázquez, pagou propina para fechar a operação. As acusações respingaram no ministro de Planejamento Federal, Julio De Vido, um dos homens fortes do governo Kirchner, já que Jaime era o braço direito dele.
Na época, De Vido negou qualquer irregularidade no contrato e argumentou ser "impossível algum tipo de suborno em uma operação entre dois países".

Em uma visita a Brasília, em novembro de 2009, onde se reuniu com o então presidente Lula, a
presidente Cristina Kirchner reconheceu que havia recebido ofertas com financiamento mais barato.
"Em um mundo onde todos oferecem comprar com financiamento muito barato, nós decidimos adquirir
os aviões aqui, no Brasil, por uma questão essencialmente política", disse Cristina.

Fontes da Justiça disseram, na época em que o escândalo estourou, que as investigações sobre
o caso estavam sendo feitas pela Universidade Nacional de La Plata.
Cristina Kirchner nunca ocultou sua admiração pela Embraer, a quem costuma dedicar menções especiais em seus discursos. Um dos objetivos da presidente é recuperar a indústria aeronáutica argentina, que foi
sucateada nos anos 90, com a ajuda da brasileira.

O suposto superfaturamento dos aviões chegou à SEC em setembro de 2010, época em que a comissão que pediu explicações sobre as operações da companhia. Na ocasião, a Embraer informou sobre o início de uma
investigação interna sobre suas vendas a três países.

Hoje, outra empresa confirmou o pagamento de subornos para fazer negócios na Argentina. A grife
Ralph Lauren reconheceu ter subornado funcionários argentinos para liberar importações de seus
artigos vendidos no país, durante cinco anos. Por causa disso, a empresa terá que desembolsar US$
1,6 milhão. A Ralph Lauren vai pagar uma multa de US$ 882 mil ao Departamento de Justiça, e
devolverá mais de US$ 730 mil de lucros ilícitos à SEC.


As informações são"Marina Guimarães e Luciana Collet, da Agência Estado".Sempre é citado o link de referência. O conteúdo é de Responsabilidade:Denilson Pereira

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