Uma das mais recentes vítimas da crise que se instalou em Chipre é a companhia de aviação estatal Cyprus Airways. Depois de ter apresentado prejuízos de 55,8 milhões de euros, relativos ao exercício de 2012, o Governo admitiu que a operação da empresa só será assegurada até ao final do período de Verão. Até lá, a intenção é encontrar um investidor privado que recapitalize a transportadora.
“O objectivo é encontrar um comprador o mais brevemente possível”, afirmou um porta-voz do executivo cipriota, Christos Stylianides, citado pela AFP. A imprensa local tem noticiado que a administradão da transportadora aérea está em conversações com investidores do Médio Oriente e da China.
Além de dinheiro fresco, a ideia é pôr em marcha uma reestruturadão que passa pelo despedimento de 650 trabalhadores (mais de 60% do quadro de pessoal) e cortes salariais que rondam os 17%. Além disso, a intenção será reduzir a frota para seis aviões. No entanto, os sindicatos estão contra este plano e organizaram um protesto, onde estiveram presentes cerca de 300 pessoas. “O Governo tomou a decisão menos dolorosa”, disse nesta quinta-feira o ministro das Comunicações, Tasos Mitsopoulos.
A Cyprus Airways tem vindo a perder receitas nos últimos anos, fruto da queda no tráfego de passageiros, à medida que as companhias de aviação low cost vão ganhando terreno nas ligações aéreas ao país. Tem sido o Estado a ajudar financeiramente a empresa a suportar as perdas, através de auxílios que a Comissão Europeia está a investigar.
Bruxelas anunciou em Março deste ano que abriu um inquérito à empresa por causa da injeção de 100 milhões de euros, por via de subsídios do Estado, proibidos à luz das regras comunitárias.
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