Depois da Emirates ter levado a Qantas a romper a joint-venture que tinha com a sua parceira de aliança British Airways, hoje confirma-se que a Ethiad ‘ganha’ a Air France-KLM para a sua lógica de acordos e parcerias fora das alianças mundiais, que foram o modelo dominante nas últimas décadas.
Fosse no plano das relações interpessoais e estar-se-ia perante um quadro de total promiscuidade, mas a questão é económica e o que reflecte é a preponderância que alcançaram as três companhias do Golfo, a Emirates, a Ethiad e a Qatar, alavancadas em ‘bolsos fundos’ para modernizarem a frota, expandirem a rede de ligações e excederem-se em qualidade de serviço.
E James Hogan é muito explícito quando diz que este acordo envolvendo a sua companhia, a Air France-KLM e a Air Berlin “reflecte os elementos chave do plano estratégico da Ethiad Airways a dez anos”, cujos três elementos fundamentais são “crescimento orgânico”, forjar “parcerias de codeshare estratégicas” e investir em “participações minoritárias em outras companhias”.
“Todas as peças do nosso pano estão a começar a juntar-se”, completou Hogan ao referir-se a estes novos acordos, que a imprensa internacional já antecipava há algumas semanas, quando começou a noticiar que a Ethiad pretendia ver uma aproximação também entre a Air France - KLM e a sua participada Air Berlin, apesar desta estar a fazer o caminho da integração numa aliança rival, na oneworld.
E o que estes acordos mostram é que as companhias do Golfo estão de facto ‘a baralhar’ o mapa da aviação que parecia estar bem definido em três grandes blocos, a Star Alliance, liderada pela Lufthansa e a United, do qual faz parte a TAP, a SkyTeam, liderada pela Air France-KLM e a Delta, e a oneworld, liderada pela British Airways e a American.
Porque, de facto, os acordos anunciados hoje de inovador apenas têm os protagonistas, porque em si mesmos seguem uma lógica há muito adoptada pelas companhias aéreas, de porem os seus códigos em voos de outras companhias para assim aumentarem as alternativas oferecidas aos passageiros, a nível de voos e de obtenção de benefícios dos seus programas de passageiro frequente.
Analistas da aviação citados pela imprensa internacional comentaram que estes acordos Ethiad/Air Berlin - Air France/KLM, como a joint-venture Emirates - Qantas, indicam que as companhias aéreas parecem estar a privilegiar “fortes acordos bilaterais” em detrimento das alianças globais, por um lado, e, por outro, que as “tradicionais” europeias reconhecem que o caminho não é combater as três ‘gigantes do Golfo’, mas tentar estabelecer laços de comparação, o próximo dos quais, segundo alguns jornais, a associação da Qatar com a oneworld, na lógica do “se não podes vencê-los, junta-te a eles”.
Os acordos hoje anunciados prevêem que a Ethiad terá o seu código EY nos voos da Air France entre Paris Charles De Gaulle e Bordéus, Copenhaga, Madrid, Nice e Toulouse, e nos voos da KLM entre Amesterdão e Abu Dhabi, Cardiff, Newcastle, Oslo e Stavanger (Noruega).
A Air France, por sua vez, terá o código AF nos voos da Ethiad entre Abu Dhabi e Seychelles, Maldivas, Colombo, Dhaka, Kathmandu e Islamabad e a KLM terá o código KL nos voos da companhia do Abu Dhabi do seu hub para Sydney, Melbourne, Islamabad, Colombo e Lahore.
Adicionalmente, pelo envolvimento da Air Berlin também nesta associação, esta companhia estenderá a sua rede em França, para onde voa para Paris - Charles De Gaulle, Paris - Orly e Nice, aos aeroportos de Bordéus, Lyon, Montpellier, Marselha, Nantes e Toulouse, enquanto a Air France terá ligações de Paris, via Berlin - Tegel, hub da alemã, para Cracóvia, Dgansk, Graz, Dusseldorf e Desden, e de Nice para Viena.
Além destes acordos, a Air Berlin diz que também estão a ser planeados voos em codeshare com a KLM, nas ligações entre Amesterdão e Berlim, como ainda para Edimburgo, Glasgow e Manchester, em voos da holandesa, e para Cracóvia, Gdansk e Kaliningrado, em voos da alemã.
As informações são"Presstur".Sempre é citado o link de referência. O conteúdo é de Responsabilidade:Patricia McInnes Queiroz
