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Voos duplos de parapente e asa delta são feitos sem controle e fiscalização


O Fantástico quer saber: Por que ninguém regulamenta, controla e fiscaliza os vôos de parapente que atraem tantos turistas em vários pontos do país?

Um esporte. Uma atividade comercial. Ninguém sabe ao certo como tratar os voos duplos de asa delta e parapente no Brasil. Seja lá como for, o voo livre virou preocupação nacional. Quem fiscaliza os pilotos, os equipamentos usados nos saltos? A resposta: ninguém. Depois da extinção do Departamento de Aviação Civil, o DAC, em 2006, nenhum outro órgão oficial herdou essa atribuição. 

“Nós entendemos que também é uma obrigação da Anac é controlar essa atividade. Havia uma regulamentação que, bem ou mal, não importa, exigia que o piloto tivesse um certificado de piloto desportivo e um atestado médico. Não há mais controle”, diz Marcelo Silveira de Almeida, presidente da Associação Brasileira de Voo Livre. 

As entidades de voo livre também reclamam que não há fiscalização nas rampas e qualquer pessoa pode saltar levando um passageiro. 

“Se você chegar com o seu parapente e se atirar, ninguém pode te impedir teoricamente. Nem de se matar, nem de matar alguém”, conta Marcelo.

Das 269 rampas conhecidas, apenas oito são fiscalizadas pela Associação Brasileira de Voo Livre. Mas ninguém tem poder para impedir o salto de pessoas não habilitadas. 

“Tem gente aí que mal aprende a voar, já começa a querer dar aula. Compra um equipamento de duplo e começa a voar. Esse é o perigo. Não tem como fazer nada. Infelizmente hoje a nossa realidade é essa”, afirma Flávio Oliva, vice-presidente da Comissão de Aerodesporto Brasileiro.

 A Anac, Agência Nacional de Aviação Civil, confirma que esportes radicais, como voo livre, feitos com veículos não motorizados, ficam por conta e risco de quem decidir se aventurar. Os clubes de voo criam os seus próprios regulamentos. 

“Você tem hoje um voo duplo, que não é só no Brasil, tem no mundo inteiro, que é um voo panorâmico, turístico. Isto é transporte de passageiro. Isso é uma atividade comercial”, opina Marcelo Silveira de Almeida. 

Mas uma atividade comercial, que não pode ser cobrada. Esta é uma outra confusão envolvendo o voo livre. De acordo com o Código Brasileiro de Aeronáutica, se o turista quiser fazer um passeio panorâmico de asa delta ou parapente, terá que ser de graça, mas os clubes de voo encontraram uma outra forma de manter a cobrança.

O Ministério Público Federal também entrou nesta briga. Esta semana, notificou a Anac. Em 2010 já havia determinado que a agência fizesse uma vistoria nesses clubes. Ela descobriu que eles burlam a lei, transformando turistas em alunos de uma aula só. Com isso, cobram pelo chamado voo de instrução, como se fosse uma aula inaugural do curso de novos pilotos.
Foi assim com o goiano Matheus Cecílio Ventura. Antes do voo, recebeu informações sobre segurança, conheceu o equipamento e saltou. Para o clube, Matheus é um aluno.
“Eu pensava que era só um voo panorâmico. Não esperava que eu ia ser um aluno. Eu esperava que eu ia chegar aqui, receber umas básicas informações e voar com ele, pronto”, diz Matheus.
Há uma semana dois amigos da empresária Maria Adelaide Zanotelli vieram de Vitória e também saltaram. Um deles se machucou no pouso. Maria Adelaide garante que eles não receberam aula antes do salto.
“Eu não vi uma fiscalização. Não tem uma pessoa que te faça uma pergunta, nada. Lá em cima, então, não tem ninguém. Tem um rapaz que você vai lá e pronto”, diz a empresária.
Sem fiscalização, nem os pilotos mais experientes estão livres do erro. Domingo passado, a turista baiana Priscila Boliveira, de 24 anos, morreu ao cair de um parapente, na Praia de São Conrado, no Rio. Ela voava com o instrutor, Allan Figueiredo, com 12 anos de carreira. Priscila voou com as correias de segurança abertas.
O clube de voo, que administra a rampa da Pedra Bonita, concluiu que Allan foi negligente e afastou o instrutor, antes mesmo de a perícia ficar pronta. Allan também foi indiciado por homicídio culposo, sem intenção de matar.
As entidades de voo livre se sentem abandonadas e pedem que a atividade seja fiscalizada por um órgão oficial.
“A gente precisa ter uma regulação específica para voo. A gente precisa separar o profissional que quer trabalhar com essa atividade e o profissional que voa como esporte, que é o atleta. A gente está um pouco abandonado, a mercê da sorte”, conclui Flávio Oliva.


As informações são"Jornal Floripa".Sempre é citado o link de referência. O conteúdo é de Responsabilidade:Patricia McInnes Queiroz

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