A Airbus manteve sua posição como maior fabricante e vendedora de aviões comerciais no ano passado, mas admitiu que a história será diferente em 2012, à medida que o duopólio no mercado mundial que ela divide com a concorrente americana Boeing Co. fique mais equilibrado.
Graças à expansão estável em sua produção, a Airbus entregou um recorde de 534 aviões de 100 assentos ou mais ano passado, uma alta de 4,7% em relação aos 510 entregues em 2010 e 12% a mais que os 477 aviões produzidos pela Boeing, disse a repórteres o diretor-presidente da Airbus, Tom Enders.
A filial da European Aeronautics Defense & Space Co. NV contabilizou um total de 1.608 pedidos ano passado, outro recorde anual do setor, e que deixou na poeira os 912 pedidos contabilizados pela Boeing. Esses números se traduzem numa participação de 64% do mercado mundial para a Airbus, ante 36% para a Boeing.
Esse recorde foi reproduzido pelo resultado dos pedidos excluindo os cancelamentos, com a Airbus contabilizando um saldo de 1.419 enquanto a Boeing teve 805.
A Airbus também ficou em primeiro lugar em termos de faturamento. A receita bruta dos pedidos foi de US$ 168,8 bilhões, enquanto o total de pedidos realmente concretizados ficou em US$ 140,5 bilhões.
Mas a presente alta no total de pedidos, motivada pela corrida das companhias aéreas para adquirir a versão com menor consumo de combustível do jato de médio alcance A320, vai esfriar em 2012, disse o diretor operacional de clientes da Airbus, John Leahy.
"Nossa meta é manter um duopólio estável com uma participação no mercado de 60% a 40% mas prevejo que este ano ela cairá para em torno de 50%, ou até menos", disse ele.
A Boeing deve continuar recebendo pedidos do 737 MAX, uma nova versão do jato que é a principal aeronave de várias companhias aéreas baratas.
Leahy disse que o total de pedidos da Airbus deve oscilar entre 600 e 650, o que representaria um forte declínio em relação a 2011.
Ao fechar o ano com uma fila de espera de 4.437 aviões, ante os 3.771 da Boeing, a Airbus reconhece que está relativamente bem protegida de qualquer futura crise no tráfego aéreo mundial que pode acompanhar uma crise econômica e motivar as companhias aéreas a adiar a expansão ou renovação da frota. A fila de espera atual representa mais de oito anos de produção ao ritmo atual da Airbus, mas a produção também está sendo acelerada, numa tentativa de reduzir o longo prazo entre o pedido e a entrega do avião. A Airbus também tem uma política de receber de pedidos de entrega em excesso, para evitar um acúmulo de aeronaves sem comprador.
A Airbus informou que planeja acelerar o ritmo de entregas de aviões em 2012 para cerca de 570, principalmente devido ao crescimento da produção da família de aeronaves A320, uma campeã de vendas com médio alcance e um só corredor. Faz pouco mais de um ano que a Airbus decidiu lançar uma versão com novas turbinas do A320, que a fabricante alega que consome 15% menos combustível que a versão atual. O novo integrante do catálogo do avião, chamado A320neo, gerou 1.226 pedidos firmes ano passado, ou três quartos do total.
A Airbus também entregou 26 unidades de seu superjumbo A380 ano passado, e recebeu 29 novos pedidos. Leahy disse que a empresa deve entregar 30 A380's este ano, e pretende obter o mesmo número em novos pedidos.
As informações são"The Wall Street Journal Americas por DAVID PEARSON ".Sempre é citado o link de referência. O conteúdo é de Responsabilidade:Douglas Pereira da Silva