A Associação Internacional de Transporte Aéreo anunciou que o sector da aviação compromete-se a reduzir as emissões de CO2 em 50% até 2050, utilizando aviões com menor consumo e apostando nos biocombustíveis, numa aposta que deverá significar um investimento de mais de 1,5 mil milhões de dólares.
Nos passados dias 6 e 7 de Dezembro, decorreu a conferência "Aviação, Ambiente e Custos Energéticos", em Lisboa, organizada pela Logistel e pela APPLA - Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea. "A aviação é responsável por 2,5% das emissões totais de CO2 e por 8% do PIB mundial", explicou o secretário-geral da iniciativa, João Moutinho, para quem as companhias aéreas são as que mais têm contribuído para uma redução "extraordinária" da pegada ambiental.
A adopção de bilhetes electrónicos permitiu evitar o abate de 50 mil árvores por ano e, na última década, a emissão de óxido de nitrogénio (NOx) baixou 41%, segundo os dados revelados pelo responsável. "Os blocos funcionais também podem trazer poupanças importantes, já que questões, como o início da descida ou o tempo de espera dos aviões, representam 245 toneladas extra de combustível", adiantou.
A Galp tem, desde há três anos, um projecto para utilizar os biocombustíveis no sector, mas as tecnologias ainda não estão suficientemente testadas. Nos próximos cinco anos, no entanto, a empresa planeia investir numa unidade de óleo vegetal hidrogenado. Entretanto, a Associação Portuguesa de Transporte e Trabalho Aéreo (APPTA) e o Laboratório Nacional de Engenharia e Geologia (LNEG) querem produzir uma amostra de meio litro de um combinado de síntese de origem biológica, para aplicação específica na aviação, que será depois submetido a testes antes de a sua utilização ser massificada.
"Um aeroporto que movimente 15 milhões de passageiros por ano, como o de Lisboa, tem um consumo energético equivalente a uma pequena cidade de 300 mil habitantes", revelou ainda João Moutinho. A eficiência energética será ainda assegurada, a partir de agora, pela integração da aviação no Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE), embora os limites de referência, com base em dados entre 2004 e 2006, estejam ainda por definir.
Através de uma avaliação comparativa, baseada nas emissões por tonelada/quilómetro do passado recente da sua actividade, cada operador irá receber uma quantidade inicial de licenças de emissão, que poderá aumentar através de aquisições no mercado. Segundo o jornal Água & Ambiente, está ainda a ser criado um sistema, que será lançado ainda este ano, que irá permitir o acesso das autoridades à lista de operadores, que, em Portugal, são 163, sendo que 15% pertencem à União Europeia.
Via:www.greensavers.pt
Aviação reduzirá para metade as emissões de CO2 até 2050
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